A história de uma mulher que suspeita ter levado uma “agulhada” e ter sido infectada por HIV em um ônibus em Belo Horizonte é investigada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Após o suposto ataque, ela explica que precisará tomar um coquetel anti HIV durante quase um mês para garantir que não será infectada. Mas o que é esse tratamento e em que situações ele é necessário?

Em primeiro lugar, é importante esclarecer que o risco de uma infecção por HIV ocorrer após uma agulhada superficial é considerado baixo. A explicação é do Unaids, programa das Nações Unidas contra o HIV. A organização explica que o risco de uma infecção após uma exposição por agulha ou corte com uma amostra de sangue com HIV é de 0,3%.

Ainda assim, qualquer pessoa que tenha corrido risco de infecção pode procurar os serviços de saúde pública em Belo Horizonte para ter acesso à Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) no SUS. Isso vale para situações como a da mulher que pode ter levado uma agulhada e também para quadros mais corriqueiros, como sexo sem camisinha ou rompimento do preservativo.

Quem viveu uma situação de risco deve procurar um serviço de saúde em no máximo 72 horas após a exposição para ser avaliado e receber o tratamento. A pessoa receberá  dois frascos de comprimido, que devem ser tomados rigorosamente durante 28 dias.

O remédio é usado em casos de violência sexual, relação sexual consentida desprotegida (sem camisinha ou com o rompimento dela); em caso de acidentes com instrumentos cortantes ou contato direto com sangue ou esperma; e, ainda, em caso de exposição acidental ou ocupacional. 

Não são os mesmos medicamentos que as pessoas que vivem com HIV tomam. E nem o mesmo remédio utilizado na Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), tratamento, também gratuito, em que a pessoa toma um comprimido por dia para prevenir a infecção.

Como procurar a PEP em BH?

Após a exposição de risco, a pessoa deve procurar uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) em até 72 horas e relatar o que ocorreu. Além da retirada do medicamento, o paciente também passa por um acompanhamento e precisa fazer um teste rápido de HIV — ele não detecta a possível infecção recente, mas mostra se a pessoa já vivia com o vírus sem saber.