Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) manifestaram repúdio à nova versão do mapa-múndi oficial, lançada sob a gestão de Marcio Pochmann. A controvérsia surgiu devido à representação cartográfica que coloca o Brasil no centro do mundo, com uma perspectiva invertida, elevando o sul ao topo.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (Assibge-SN), sindicato dos trabalhadores do instituto, criticou a iniciativa, alegando falta de desenvolvimento técnico e possível atendimento a interesses pessoais do presidente. A publicação, datada desta sexta-feira (9 de maio), gerou debates internos sobre a credibilidade e a finalidade da instituição.
O sindicato expressou preocupações sobre o processo de criação do mapa. “O mapa em si não apresenta nenhuma incorreção técnica, e poderia compor, em conjunto com outras representações, atlas e materiais didáticos, trazendo um debate bem-vindo sobre as representações cartográficas e sua expressão política. O que avaliamos como bastante problemático é o lançamento de um produto que não foi construído pelas áreas técnicas, não teve um lançamento adequado, e parece atender a agenda pessoal do presidente Marcio Pochmann”, afirmou a executiva nacional do sindicato.
Além disso, o núcleo sindical dos servidores do IBGE na Avenida Chile, Rio de Janeiro, emitiu um manifesto em repúdio ao lançamento. O documento critica a falta de respaldo técnico da iniciativa, considerando-a uma distorção da realidade que afeta a imagem do IBGE. Os servidores também citaram a publicação do "Brasil em Números 2024" com um prefácio da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, como outro exemplo de desvio institucional.
Em resposta, o IBGE defendeu a nova versão do mapa-múndi como uma reflexão sobre a importância do Sul Global. “Estamos lançando o novo mapa-múndi que tem o Brasil nesse centro do mundo, mas agora de uma forma invertida, estimulando a reflexão sobre como nos vemos neste novo mundo em que as transformações ocorrem mais rapidamente e exigem um protagonismo brasileiro ainda maior”, declarou Marcio Pochmann.