Chuvas

Abandonado e em estado de choque, Rio tenta se reerguer

Temporal deixa ao menos dez mortos e expõe colapso urbano do principal cartão postal do país

Por Da redação
Publicado em 09 de abril de 2019 | 21:03
 
 
 
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Após o temporal que deixou o Rio de Janeiro debaixo d’ água e provocou ao menos dez mortes, a cidade era ontem o retrato da destruição. Equipes de resgate e a população buscavam forças para limpar suas ruas, casas e recuperar seus carros levados pela correnteza. 

A região mais afetada pelas inundações e deslizamentos de terra foi a zona Sul, onde ficam bairros turísticos como Ipanema e Copacabana, com favelas erguidas nas encostas dos morros. Mas as chuvas também castigaram bairros populares da zona Oeste, como Guaratiba, Santa Cruz e Campo Grande.

O primeiro balanço oficial, de três mortos na zona Sul, reportado no início da manhã, foi aumentando à tarde, quando os bombeiros foram encontrando corpos. Três deles – de uma mulher, sua neta e um motorista – foram resgatados em um táxi que foi soterrado quando passava por uma rua, colada a uma encosta entre Botafogo e Copacabana.

Parentes de Lúcia Xavier Sarmento Neves, da criança Julia Neves Aché e do motorista de táxi Marcelo Tavares Marcelino, que aguardavam informações, deixaram o local muito emocionados. Avó e neta estavam no Rio Sul, participando de um aniversário.

Lúcia chegou a trocar mensagens com a família às 21h45 da noite de segunda, dizendo que já estava dentro de um táxi a caminho de casa, em Copacabana. O GPS do táxi indicou a localização. 
“Ela era uma pessoa iluminada”, disse o viúvo de Lucia, Carlos Alberto Alves Neves, em estado de choque. Os pais de Júlia estavam de férias na Califórnia, mas ontem embarcaram de volta ao Brasil. 

Recorde de chuvas para o período

Em bairros como Copacabana e na favela da Rocinha, em São Conrado, o volume de chuvas em 24 horas superou os 300 mm, quase o triplo que a média aguardada para todo o mês de abril. Em Copacabana choveu 245 milímetros em questão de horas, enquanto a média para o mês de abril não passa dos 95mm.

Pedestres tiveram que escalar grades para evitar pisar na água, que em alguns lugares chegava na altura do peito, enquanto outros usaram sacos plásticos para proteger os pés. Vias ficaram intransitáveis por causa das inundações, entre elas a avenida Niemeyer. 

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