O Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass) questionou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a continuidade da vacinação de adolescentes sem comorbidades no Brasil, por meio de ofício enviado nesta quinta-feira (16). A reportagem entrou em contato com a Anvisa, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.
A cobrança feita pelo Conass surge após o Ministério da Saúde suspender a imunização do público menor de 18 anos alegando que ainda não estariam claros os eventuais efeitos adversos da vacinação desse grupo.
Morte de adolescente em SP
O ofício assinado pelo presidente do Conass, Carlos Lula, lembra que está em andamento a investigação sobre um evento adverso grave da aplicação da Pfizer em um adolescente de São Paulo que morreu após a imunização.
Não há, no entanto, confirmação da relação dessa morte com a aplicação da vacina da Pfizer contra o coronavírus, segundo o governo do Estado.
"Até o momento, não há comprovação de relação da vacina com o óbito de um jovem de São Bernardo do Campo. O Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo está investigando o caso devido à relação temporal com a aplicação da vacina. Qualquer afirmação ainda é precoce e temerária", informou a O TEMPO a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, em nota.
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A Secretaria de Estado de Saúde de SP ainda lamenta qualquer associação do caso isolado deste óbito que ainda não tem investigação concluída com a nota técnica informativa do Ministério da Saúde sobre a imunização dos adolescentes.
Leia a íntegra do ofício encaminhado pelo Conass à Anvisa:
"Diversas unidades federadas no Brasil já iniciaram a vacinação dos adolescentes com a vacina da fabricante Pfizer, conforme autorização dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA.
No entanto, diante da NOTA INFORMATIVA Nº 1/2021- SECOVID/GAB/SECOVID/MS, que sugere postergar o início da vacinação de adolescentes sem comorbidades, e a investigação do CIEVS/SVS/MS de possível evento adverso grave relacionado à vacina da Pfizer em adolescente no Estado de São Paulo, o CONASS e o Conasems solicitam imediato posicionamento da ANVISA sobre a autorização para uso da vacina em adolescentes de 12 a 17 anos.
Entendemos que a vacinação dos adolescentes cumpre importante papel na estratégia de controle da pandemia no Brasil, que em cenário anunciado pelo Ministério da Saúde de ampla disponibilidade de doses no PNI, o Brasil deve, conforme autorização da ANVISA, avançar na antecipação da D2 para 8 semanas, concluir a vacinação da população adulta e avançar na vacinação de adolescentes com e sem comorbidades."