PINHEIRO, MARANHÃO. Entre as seis pessoas que morreram decapitadas durante uma rebelião de presos na delegacia de Pinheiro, no Maranhão, estava o pescador José Agostinho Bispo Pereira, 55, conhecido como "Fritz do Maranhão".

Pereira teve sete filhos-netos com a filha e havia sido preso em flagrante dia 8 de junho de 2010 por molestar uma neta. O pescador já havia sido condenado a 20 anos e aguardava a carta de guia para ser levado para a capital São Luís, onde cumpriria a pena.

Agostinho estava preso em uma cela separada dos presos comuns, junto com outras 11 pessoas acusadas de pedofilia, todos feitos reféns.

Pereira e outros cinco mortos - todos presos por pedofilia ou violação - foram assassinados com requintes de crueldade: os presos mataram e decapitaram os detentos, que tiveram as cabeças penduradas nas grades das celas.

Controlada na tarde de ontem - quando os amotinados entregaram barras de ferro e outros objetos usados como armas, permitindo a retirada dos corpos -, a rebelião começou por causa de uma briga de presos na noite da última segunda-feira e durou 16 horas.

O local está superlotado: tem capacidade para 35 presos, mas a carceragem abriga 95 pessoas atualmente. Para reduzir o problema, 50 presos serão transferidos para as cidades de origem. A própria delegada da cadeia, Laura Barbosa, atribuiu o motim à superlotação.