O sonho de trabalhar, estudar ou ter a experiência de viver no exterior faz parte da vida de muitos brasileiros. Fazer um intercâmbio, certamente, está presente na lista de desejos principalmente dos jovens. Porém, essa não é uma decisão simples e envolve muitos cuidados. Isso porque, alguns agenciadores mal intencionados podem aproveitar do momento de êxtase das pessoas para agir de má fé e causar prejuízos, como o conhecido “golpe do intercâmbio''.
Nesta semana, por exemplo, um caso ganhou repercussão nos noticiários nacionais. Familiares da mineira Letícia Maia, de 21 anos, denunciaram o desaparecimento da jovem que foi para os Estados Unidos, em 2019, em um programa chamado Au Pair, quando a pessoa vai para o país para trabalhar na casa de uma família.
Os parentes descobriram que, ainda no Brasil, ela teria sido incentivada por a influenciadora Kate Torres a fazer o intercâmbio. Mas depois, a influencer fez Letícia desistir do programa, prometendo que ela ficaria famosa, milionária e conseguiria o green card (cidadania norte-americana), caso pagasse US$ 8 mil. Há a suspeita de que a jovem esteja envolvida em um esquema de tráfico humano para prostituição.
Para não cair em golpes e situações deste tipo, Thiara Meneses, sócia da CI Intercâmbio, dá as seguintes dicas:
"É importante que, antes de se escolher a agência, a pessoa pesquise bastante, pegue referências da agência, do programa que ela quer fazer e busque informações em sites como o Reclame Aqui. Claro que a gente sabe que, atualmente, tudo na internet pode ser construído e validado como prova social fake. Porém é importante ver há quantos anos a agência está atuando no mercado, se é uma agência realmente renomada. Procure também saber se a agência tem sede própria no país pretendido. Não confie em agências novas que tenham poucas provas sociais".
"Procure depoimentos de pessoas que já fizeram os programas. Hoje em dia, o que mais tem é pessoas que viajam por agências e criam seus próprios canais. Então na na própria internet, tem várias pessoas que publicam conteúdos diários, semanais e mensais sobre as realidades e vivências delas. Tudo isso é prova social. E o interessado consegue acompanhar a rotina da pessoa e saber a assistência que a agência entrega".
"Tenha sempre suspeitas de programas que oferecem pacotes completos, porque o programa de intercâmbio sempre vai ter algumas coisas que o intercambista terá de comprar à parte. Então, esteja atento ao seguro saúde, por exemplo, e se o local escolhido realmente recebe o programa selecionado. Existem cidades muito pequenas e afastadas que não têm o tipo de programa de intercâmbio, mas aparecem nas pesquisas, com um valor mais barato. Fique atento a isso".
"Caso o interessado opte por organizar o próprio intercâmbio, ele terá que redobrar a atenção. O intercambista deve buscar ainda mais prova social para saber se a agência realmente existe, se vai dar o suporte que ele precisa, se as partes envolvidas são devidamente licenciadas para não ter problema com visto, com a carta matrícula e validação do programa".