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Hepatite infantil misteriosa soma 1 mil casos e 20 mortos em 30 países

A informação foi divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesta quarta-feira (27), que promove a campanha de 2022 do Dia Mundial de Combate às Hepatites

Por O TEMPO
Publicado em 27 de julho de 2022 | 18:07
 
 
 
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Desde abril deste ano, cerca 1 mil casos suspeitos de hepatite aguda grave de causa desconhecida – descrita como “misteriosa” – foram relatados em ao menos 30 países. A doença é relatada sempre em crianças com 10 anos ou menos, e foi apontada como causa de 20 mortes e dezenas de transplantes no período. Ainda não se sabe o agente causador da enfermidade.

A informação foi divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesta quarta-feira (27), que promove a campanha de 2022 do Dia Mundial de Combate às Hepatites. A Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou o tema “Trazendo o cuidado da hepatite para mais perto de você (em tradução livre)”. “O mote reforça a necessidade de aproximar unidades primárias de saúde e a sociedade para que a população tenha um melhor acesso aos tratamentos do agravo”, explica nota à imprensa.

A Fundação detalha que há 690 mil casos registrados de hepatites virais no Brasil entre 1990 e 2020. Entre 2000 e 2019, houve 78 mil mortes devido à condição. 

“O país é uma nação membro da OMS e faz parte da estratégia de reduzir, até 2030, novos casos de hepatites em 90% e o número de mortes em decorrência da infecção em até 65%. De acordo com um estudo promovido pela Organização, cerca de 4,5 milhões de mortes prematuras em decorrência das hepatites podem ser prevenidas até 2030 por meio de campanhas informativas, testes diagnósticos, medicamentos e vacinação”, completa. 

Sede da Friocruz será iluminada

Nesta quinta-feira (28), Dia Mundial de Combate às Hepatites, a Fiocruz vai iluminar sua sede, o Castelo Mourisco, de amarelo. Gesto ressalta a importância do acompanhamento e prevenção da doença. 

“Caracterizada pela inflamação do fígado, a hepatite pode ser ocasionada por uma variedade de vírus infecciosos e, também, agentes não infecciosos. As formas mais comuns são provocadas pelos vírus tipos A, B, C, D ou E, que possuem diferenças significativas no modo de transmissão, prevenção e gravidade clínica. As hepatites virais são consideradas silenciosas. Os vírus podem agir por décadas sem manifestar sintomas, fazendo com que a busca por orientações médicas seja demorada. O desconhecimento sobre o agravo faz com que muitas pessoas só sejam diagnosticadas quando apresentam complicações, como cirrose e câncer de fígado”, alerta. 

“Os tipos A e E, que causam infecções agudas benignas e evoluem para a cura sem necessidade de tratamento específico, são adquiridas pela ingestão de água e alimentos contaminados, situação recorrente em regiões onde há precariedade no saneamento básico. Já as hepatites B, C e D (que podem evoluir para quadros mais graves se não tiverem o diagnóstico e o tratamento adequados) podem ser transmitidas por diferentes vias: sexual, percutânea, parenteral e materno-infantil. A OMS relata mais de 1 milhão de óbitos anualmente em decorrência das hepatites B ou C”, conclui. 

“As formas de prevenção para as hepatites A e E são focadas no saneamento básico e no escoamento correto da água. Para o tipo A existe vacina disponível gratuitamente a todas as crianças de 15 meses a 05 anos incompletos. Para evitar as hepatites B, C e D são recomendados o uso de preservativos durante as relações sexuais, a esterilização de objetos cortantes (alicates de unha, por exemplo), e o descarte de alguns materiais de procedimentos percutâneos (como agulhas usadas para tatuagens e perfuração de piercings). O tipo B pode ser prevenido ainda por meio da vacinação, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), para todas as faixas etárias desde 2015, em especial, para indivíduos pessoas com maior risco de exposição à doença como manicures, podólogos, tatuadores, caminhoneiros, entre outros”, termina a nota. 

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