FORTALEZA " Em menos de uma semana, o Superior Tribunal de Justiça (STF) concedeu o segundo habeas corpus a um acusado de ligação com o furto milionário ao Banco Central, em Fortaleza.
Ontem, saiu da prisão o vigia Deusimar Neves Queiroz, preso sob a acusação de ter passado informações sobre o prédio do banco à quadrilha. Ele já havia trabalhado na segurança interna do banco como funcionário terceirizado e conhecia pessoas envolvidas no furto.
Pelas informações, Queiroz, segundo depoimento, disse ter recebido R$ 200 mil. Segundo investigações da Polícia Federal, esse valor pode ter chegado a R$ 2 milhões. O habeas corpus foi concedido por falta de "motivos concretos" para manter o vigilante em custódia e porque ele não oferece mais "perigo à ordem pública".
Na semana passada, foi libertado, também por um habeas corpus do STJ, José Charles Machado de Moraes, preso quando transportava carros, em um caminhãocegonha de sua empresa, que escondiam R$ 5 milhões. O furto ao Banco Central aconteceu em agosto.
Foram levados R$ 164,8 milhões da caixa-forte, em notas de R$ 50, por meio de um túnel. Do total furtado, cerca de R$ 18 milhões foram recuperados, pouco mais de 11%. Em novembro, um mês após Queiroz ser preso, a mulher dele, Marli, foi sequestrada.
Os sequestradores a levaram ao município de Irauçuba (a 148 km de Fortaleza) e retiraram dinheiro que estava escondido em tubos de PVC e enterrado no quintal da casa de familiares.
O valor é estimado em até R$ 1 milhão. Desde o assalto, outras cinco pessoas com alguma proximidade com envolvidos no furto foram sequestradas. Sete pessoas continuam presas por envolvimento no crime e dez estão foragidas. Entre elas Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, tido como um dos líderes da quadrilha.
Investigação
Em abril, quatro funcionários do Banco Central de Fortaleza prestaram depoimento à Polícia Federal (PF) sobre o furto. No total, 29 funcionários do banco e de empresas terceirizadas foram ouvidos. Conforme o delegado Paulo Sidney Oliveira, da PF, os funcionários prestaram depoimento como testemunhas.
O delegado pretende esclarecer, entre outros pontos, a presença de uma empilhadeira na exata direção da câmera de vigilância no momento do furto e a não-ativação dos alarmes.