Imigração

Portugal aceita, em média, seis brasileiros por hora

Mais de cem mil já vivem legalmente no país europeu, muitos dos brasileiros estão em busca de mais segurança e trabalho

Por Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de junho de 2019 | 03:00
 
 
 
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O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) português concedeu, no ano passado, 28 mil novos títulos de residência a cidadãos brasileiros, segundo o relatório anual sobre imigração. Com isso, o total de brasileiros residindo legalmente em terras lusitanas ultrapassou a marca dos cem mil. Só nos primeiros quatro meses, foram concedidas 17 mil autorizações de residência – média aproximada de seis por hora. A segurança pública e a economia aquecida são citadas pelos brasileiros como as principais razões para a escolha.

Entre os novos imigrantes, muitos se mudam com dinheiro para investir em negócios e imóveis. De acordo com a Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, os brasileiros se tornaram os maiores investidores estrangeiros no mercado imobiliário nas cidades de Lisboa e do Porto. No país como um todo, ficam atrás apenas dos franceses. A imprensa local já apelidou Lisboa de “nova Miami” dos brasileiros.

Ainda que muitos venham com visto especial de investidores, o SEF informou que a maioria dos brasileiros obtém a residência por contrato de trabalho ou por reagrupamento familiar – quando um dos familiares já tem direito a residir em Portugal.

O grande aumento do fluxo de imigração, não exclusivo de pessoas oriundas do Brasil, tem sobrecarregado os serviços responsáveis por conceder as autorizações. Vários postos já não têm mais vagas para marcar a renovação do título de residência até o fim do ano.

Foi a crise econômica do Brasil que levou a empresária Daniela Cox, 44, e sua família a deixarem o país em 2018. Antes de cogitar Portugal, a empresária pensou nos Estados Unidos.

Mas, com as mudanças do governo (Donald) Trump, estava complicado conseguir o visto. Como meu marido tem nacionalidade alemã, a Europa ficou muito mais fácil”, disse. “Sinto muita saudade, mas sou mais feliz aqui. O ponto principal é poder andar na rua em paz, me sentindo segura”, afirma.

Consultor aceita metade de seu salário

O consultor de sistemas de tecnologia Rodrigo Damasio de Moura, 39, nem estava procurando emprego quando foi contatado por uma recrutadora de uma empresa de Portugal. “Não me imaginava deixando o Brasil, mas eles gostaram do meu perfil, aceitei fazer uma entrevista e foi dando tudo certo. Em maio do ano passado, eu me mudei”, conta.

Dois meses depois, levou a mulher e os filhos, de 14 e 3 anos. Ainda que tenha ido com emprego certo, a mudança foi para conquistar qualidade de vida. “Vim para ganhar a metade do que ganhava no Brasil – e nem penso em voltar. A falta de segurança no Brasil está muito grave”, diz.

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