Rio e São Paulo

Relembre histórias marcantes de sequestro: caso Eloá e ônibus 174

Usuários das redes sociais relembraram casos marcantes acontecidos há 11 e 19 anos e que tiveram finais muito trágicos

Por Da redação
Publicado em 20 de agosto de 2019 | 11:08
 
 
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Ao longo de mais de três horas, cerca de 30 pessoas permaneceram presas em um ônibus na Ponte Rio-Niterói, reféns de um sequestrador armado e com um galão de gasolina sob sua posse, com o qual ameaçava matar todos os que lá estavam. O homem foi baleado e morto por um atirador de elite, antes, seis pessoas haviam sido libertadas. 

Diante do trágico sequestro, usuários das redes sociais se manifestaram e expuseram suas lembranças a respeito de dois episódios muito marcantes na história brasileira: o caso Eloá e o sequestro do ônibus 174. 

Caso Eloá

Aos 15 anos, Eloá foi assassinada por seu sequestrador, o ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes, de 22 anos. A adolescente atravessou quatro dias mantida em cárcere por ele no apartamento em que morava, na periferia de Santo André, em São Paulo. No momento em que o sequestro teve início, Eloá estudava com três amigos em casa, entre eles Nayara, importante para a história, quando o ex-companheiro invadiu sua casa, armado, violento e inconformado com o fim do relacionamento. 

Os dois amigos de Eloá foram liberados pelo sequestrador logo no primeiro dia, assim como Nayara, que também tinha 15 anos à época. No entanto, ela voltou ao imóvel para tentar negociar a rendição do homem e, ao fim dos quatro dias, quando a história teve seu desfecho trágico, acabou baleada. 

O término do sequestro aconteceu em 17 de outubro, quando o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) explodiu uma bomba e invadiu o apartamento após alegar ter escutado o tiro. No entanto, o som ouvido era o arrastar de uma mesa. Ao perceber que seria pego, Lindemberg atirou duas vezes contra Eloá, que morreu, e baleou a amiga dela. 

A atuação das equipes de imprensa que cobriram o sequestrador e o posicionamento dos policiais e agentes ainda são alvos de crítica, 11 anos após o ocorrido. Canais registraram ao vivo a história, Eloá chegou a colocar o corpo para fora da janela para pedir, desesperada, que mantivessem a calma, e muitos apresentadores de televisão falaram por telefone com o sequestrador. 

Dez anos depois, a Justiça de São Paulo condenou o governo do Estado a indenizar Nayara em R$ 150 mil por danos morais, materiais e estéticos. Lindemberg foi denunciado por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe em relação à Eloá, tentativa de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe por disparar contra Nayara e tentativa de homicídio qualificado contra um sargento da Polícia Militar. 

Sequestro do ônibus 174

Com desfecho igualmente trágico, há 19 anos televisões brasileiras transmitiam ao vivo todas os instantes das cinco horas do sequestro do ônibus pertencente à linha 174, na zona Sul do Rio de Janeiro. A ação terminou com a morte da professora Geísa Firmo Gonçalves, de 21 anos, grávida de dois meses. A mulher, usada como escudo pelo sequestrador, foi baleada de raspão por um agente e, em seguida, morta pelo suspeito. 

O responsável pelo crime, Sandro Barbosa do Nascimento também tinha apenas 21 anos à época e foi morto, asfixiado, dentro de um carro da Polícia Militar, após sua prisão. Sua história de vida e a narrativa do sequestro foram registradas nos longas-metragem "Ônibus 174" e "Última Parada 174". 

Sandro foi abandonado pelo pai e assistiu sua mãe ser assassinada a facadas quando ainda era criança. Assim, foi viver nas ruas e abrigos. O rapaz também é sobrevivente de outra tragédia, a da Candelária, quando um grupo de meninos, moradores de rua, foram assassinados a tiros na área da igreja, no centro do Rio de Janeiro. Os principais culpados pelo crime são policiais e ex-policiais. 

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