Deslizamentos provocados por forte chuva deixaram pelo menos 12 mortos na região metropolitana de Recife. O temporal, que aconteceu entre a noite de terça (23) e a madrugada de ontem, durou seis horas e acumulou, nesse intervalo, volume equivalente ao de oito dias de chuva, segundo a média histórica para o mês de julho.
Na capital pernambucana, o Corpo de Bombeiros confirmou uma morte, no bairro Dois Unidos. Foram registradas mais duas em Águas Compridas, duas na Estrada do Passarinho e duas no bairro Caixa D’Água, em Olinda. Ainda pela manhã, os bombeiros notificaram mais três óbitos no bairro Caetés, em Abreu e Lima. No início da tarde, foi confirmada uma morte no bairro de Caetés. Uma vítima chegou a ser retirada dos escombros com vida e foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A tempestade ainda deixou as principais avenidas da cidade alagadas e derrubou encostas e árvores, causando transtornos para a população da Grande Recife. Na cidade de Jaboatão dos Guararapes, também ocorreram deslizamentos, mas não houve vítimas.
De acordo com balanço parcial da Defesa Civil de Recife, em seis horas, foram registrados 101 mm de chuvas. A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) emitiu alerta, válido para até hoje, acerca de chuvas moderadas ou fortes. A Defesa Civil de Recife está em plantão de atendimento.
Família soterrada. Sete pessoas da mesma família, entre elas uma criança de 2 anos, ficaram soterradas por cerca de uma hora depois que a casa onde estavam desabou em deslizamento de terra no bairro Nova Descoberta, na zona norte de Recife.
Vizinhos conseguiram resgatar todos com vida por volta das 4h30 de ontem. Quatro das vítimas com ferimentos foram socorridas. Duas delas, atendidas da UPA, foram liberadas. As outras duas vítimas permaneceram em observação, mas, segundo vizinhos que tiveram contato com elas, estão bem.
Moradores afirmam que a área apresenta perigo. Eles sabem do risco, mas não têm outra opção. “Já vi muita tragédia aqui, na década de 90 morreram 11”, diz a moradora Katia Cristina Gomes. Já Mizani Viana morava na casa do lado da que foi soterrada e já está abrigada na vizinha porque o imóvel corre risco de cair. “Comprei a casa por R$ 30 mil há um mês porque não sabia que tinha esse risco, não falaram das mortes no passado”, diz.