Relatório da Aeronáutica apontou a causa do acidente com o Boeing da Gol, em 29 de setembro de 2006, que deixou 154 mortos. A análise aponta que o transponder do jato Legacy foi desligado por um dos pilotos 7 minutos depois do jato passar por Brasília. O uso do equipamento poderia ter evitado o acidente porque alerta para a aproximação de outras aeronaves e evita a colisão. O transponder foi novamente acionado 3 minutos após a colisão, quando os americanos perceberam que estava em stand by. No total, o transponder permaneceu inoperante, sem emitir sinais para o radar de Brasília, por 58 minutos. O relatório da aeronáutica será divulgado na próxima semana.
Este foi o principal erro na série deles cometida pelos pilotos do Legacy e pelos controladores de vôo. De acordo com a Aeronáutica, os problemas começam com os controladores de São José dos Campos, de onde o avião decolou.
O operador que monitorou o Legacy não foi claro ao dar a instrução aos pilotos, dizendo que eles deveriam voar a 37 mil pés no trecho São José dos Campos-Eduardo Gomes (Aeroporto de Manaus). Na verdade, deveriam seguir nessa altitude até Brasília, quando deveriam mudar de nível, fazendo nova mudança ao sobrevoar Mato Grosso.
Outros erros de controladores ocorreram quando o Legacy passou por Brasília. O militar de plantão não viu que o jato não estava seguindo o plano de vôo e não mudou de altitude. Também não percebeu quando o transponder foi desligado. Houve novo erro quando, na troca de turno, o novo operador foi informado, erroneamente, de que o Legacy estava voando a 36 mil pés, embora estivesse a 37 mil, na rota de colisão com o Gol. O operador também não viu ou não checou com os pilotos porque o transponder do jato estava desligado. O Legacy e o controle de tráfego ficaram quase 50 minutos sem se comunicar. E, depois, quando o monitoramento do Legacy foi passado para o controle de Manaus, mais uma vez foi transmitida a informação de altitude errada.
Quanto aos pilotos, a Aeronáutica mostra que eles não conheciam direito nem o aparelho que estavam pilotando nem as regras de vôo usadas no País, que seguem o padrão da Organização Internacional de Aviação Civil. Essa norma determina que o plano de vôo tem de ser rigorosamente obedecido. Os pilotos americanos seguiram procedimentos da Agência Federal de Aviação (FAA), vigente nos Estados Unidos, que determinam a manutenção do plano de vôo até ordem em contrário da torre.
Com agências de notícias.