Embora a conclusão da investigação sobre as causas do acidente na BR-116, em Teófilo Otoni, que matou 41 pessoas, ainda não esteja próxima de acontecer, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deu detalhes sobre a perícia realizada no local nesta quinta-feira (26 de dezembro). Em coletiva de imprensa, foi esclarecido que nenhuma hipótese foi descartada, porém, há alguns indícios sobre o que pode ter acontecido.
Uma das hipóteses levantadas desde o dia do acidente é a de que uma pedra de granito tenha caído da carreta que vinha no sentido contrário, fazendo com que o ônibus chocasse contra ela. Embora isso não tenha sido confirmado, o delegado Amaury Albuquerque destacou que há alguns indícios de que pode ter acontecido.
“Já fizemos a pesagem, e temos informações que nos levam a acreditar no sobrepeso da carga”, disse ele, lembrando que tudo ainda será detalhado. “O objetivo principal é entender e saber como se deu aquela dinâmica”, ressaltou.
Além disso, uma das primeiras informações divulgadas no dia do acidente foi a de que o pneu do ônibus tinha estourado, fazendo com que o motorista do coletivo perdesse o controle da direção. Embora nenhuma hipótese tenha sido descartada, o perito criminal Felipe Dapieve ressaltou que, a princípio, não parece ter sido o caso. “Ainda não foi encontrado vestígio de pneu, mas não se pode descartar. No momento, não há esse entendimento”, afirmou.
A Polícia Civil de Minas Gerais não deu um prazo para a conclusão das investigações. Conforme a instituição, testemunhas estão sendo ouvidas, além da realização da perícia técnica. Ainda há informações e depoimentos conflitantes, dada a natureza do acidente e o momento em que ocorreu — de madrugada. Todas as provas e testemunhos serão juntados para a conclusão do inquérito.
“Não temos nenhuma conclusão, temos linhas que estão sendo analisadas, como a análise da carga transportada, questão de peso, dinâmica. Não tem hipótese fechada para o que aconteceu. Havia radares no local, que foram retirados, mas é prematuro dizer que isso tenha contribuído para o acontecimento”, diz Albuquerque.
Também foi identificado que o motorista da carreta tinha uma permissão judicial para dirigir - as primeiras informações davam conta de que a carteira de motorista dele estava suspensa.
Identificação dos corpos
Conforme a PCMG, até o momento 16 corpos foram identificados, sendo que 14 foram retirados do Instituto Médico Legal (IML). Treze vítimas foram identificadas pelas digitais e três pela odontologia legal. O processo leva tempo por conta da carbonização, de acordo com a instituição. Também foi recolhido DNA dos corpos para o processo de identificação, que também não tem prazo definido para terminar.