Após duas quedas de elevadores em prédios da Justiça Federal em Belo Horizonte, ocorridas em um intervalo de menos de cinco meses, o Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6) anunciou, nesta quarta-feira (4 de dezembro), novas medidas de segurança, consideradas "rigorosas" pelo órgão. A instituição não descarta a possibilidade de substituir todos os elevadores dos três edifícios localizados no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul. Para avaliar a necessidade, contratou um auditor para inspecionar novamente os equipamentos. O home office de servidores, terceirizados e estagiários foi estendido até o final do ano.
De acordo com o TRF6, o auditor deverá elaborar um laudo técnico para identificar as causas da queda do elevador ocorrida na segunda-feira (2 de dezembro), que resultou na morte do trabalhador terceirizado Aldemir Rodrigues de Souza, de 49 anos. A inspeção incluirá todos os outros equipamentos dos três edifícios da Justiça Federal em Belo Horizonte, com o apoio de uma consultoria técnica. "A partir do resultado dessas análises, será tomada uma decisão sobre a necessidade de modernização ou substituição de todos os elevadores", informou o órgão.
As investigações buscam identificar os problemas nos elevadores, que ainda permanecem um mistério, já que o laudo da Polícia Civil sobre o primeiro acidente, ocorrido em julho, não apresentou uma conclusão. "O laudo da Polícia Civil foi remetido ao TRF6 somente em 28 de novembro de 2024 concluindo que não foi possível determinar a causa do acidente. Cabe a Polícia Federal a análise jurídica e elaboração de laudo conclusivo, que até o momento não foi entregue ao Tribunal", acrescentou o TRF6. Na ocasião, uma servidora teve a perna prensada e precisou passar por várias cirurgias.
Home office estendido até o fim do ano
O desembargador e presidente do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6), Vallisney Oliveira, prorrogou o trabalho remoto dos servidores, terceirizados e estagiários da Justiça Federal em Belo Horizonte até o dia 19 de dezembro, quando terá início o recesso judicial.
Para os serviços essenciais, como pagamento, perícias, segurança e atendimento ao público, serão disponibilizadas salas nos andares inferiores, eliminando a necessidade do uso de elevadores.
"O TRF6 reitera que o contrato de manutenção de elevadores em todos os prédios do Tribunal é mantido rigorosamente em dia", afirma a nota.
Dois acidentes em menos de um semestre
Nessa segunda-feira (2), o técnico Aldemir Rodrigues de Souza, 49 anos, morreu após o elevador do TRF6 despencar do 17º andar. O trabalhador terceirizado realizava a manutenção do equipamento no momento da queda e não resistiu aos ferimentos. Em julho, por sua vez, uma servidora teve a perna prensada em outro acidente com um dos elevadores da Justiça Federal. Os acontecimentos causaram medo entre aqueles que precisam acessar os edifícios para trabalhar.