“Comandante Lima. Excelente piloto, excelente pessoa”. Essa é somente uma das homenagens ao piloto Geraldo Cláudio de Assis Lima que estão sendo compartilhadas nas redes sociais. Ele está entre as vítimas da queda do avião bimotor que saiu de Governador Valadares, na região do Rio Doce, e caiu no Norte do Estado de Santa Catarina, nessa segunda-feira (3 de junho). O empresário Antônio Augusto Castro também morreu no acidente. 

Em uma das mensagens, o piloto Lima é lembrado como “grande homem”. “A aviação perdeu um grande profissional, e nós perdemos um grande amigo! Muito obrigada pela sua companhia, amizade, ensinamentos e paciência. Saudades!”, escreveu um amigo da vítima. 

Outra homenagem foi postada por uma entusiasta de Aeromodelismo – arte que consiste em criar miniaturas de modelos de aeronaves e espaçonaves. “Comandante Lima, vai fazer muita falta na turma da Associação Mineira de Aeromodelismo (AMA). Que Deus o tenha e conforte o coração dos familiares”, publicou.

“Comandante, triste sua partida desta forma. Meus sentimentos aos familiares”, lamentou outro. O avião de pequeno porte foi localizado por volta das 5h desta terça-feira (4 de junho). A aeronave estava desaparecida desde a noite de segunda e foi localizada próxima à SC-416, entre as cidades de Garuva e Itapoá, no Norte de Santa Catarina. 

Os corpos das vítimas foram encaminhados para a Superintendência Regional de Polícia Científica em Joinville. De acordo com o órgão, os corpos vão passar por exames para coleta de DNA. "A Polícia Científica reforça que está fazendo todos os esforços na identificação das vítimas o mais rápido possível e reafirma seu compromisso com a sociedade de usar a ciência para a promoção da justiça e cidadania", informou. 

Mais sobre o acidente 

A aeronave saiu de Governador Valadares, na região do Rio Doce, e tinha destino a Florianópolis, mas não conseguiu pousar no aeroporto de Joinville momentos antes da queda. O veículo pertence a uma construtora de Belo Horizonte. 

O local onde a aeronave caiu é de mata fechada e ribanceira. Por isso, quando os militares encontraram as duas vítimas, solicitaram apoio para retirada segura dos corpos. 

Imagens da ação do Corpo de Bombeiros do Estado catarinense mostram os destroços da aeronave (veja AQUI). A carcaça do veículo foi queimada e chegou a ter partes despedaçadas. 

Piloto teria tentado pousar no aeroporto de Joinville 

Segundo o capitão Ricardo Alberto Dummel, do 7° Batalhão dos Bombeiros de Santa Catarina, o piloto teria optado por descer no aeroporto de Joinville, mas não teve sucesso. O avião, então, precisou retornar e caiu em seguida. 

"Segundo as nossas informações, por motivo desconhecido, ela (a aeronave) optou por descer no aeroporto de Joinville, onde acabou a arremetendo, vindo posteriormente a cair na localidade Barrancos, que é uma região limítrofe entre os municípios de Itapoá e Garuva”, disse. 

O trajeto do voo 

O avião bimotor estava a 3.660 metros do chão quando começou a perder altitude nos 20 minutos finais do trajeto. Mesmo perdendo altitude, o veículo chegou a velocidades maiores de 300 km/hora. As informações foram mapeadas pela ferramenta Flight Aware. 

A tripulação saiu de Governador Valadares às 14h10 de segunda (3) e teve a sua última localização marcada às 17h38, ficando 3h28m no ar. Ainda conforme o trajeto, o avião ficou a maior parte do tempo, cerca de 3h, a 3.660m de altitude – confira a rota completa clicando aqui.

Quem são as vítimas? 

Fonte: Redes Sociais/Reprodução

  • O piloto Geraldo Cláudio de Assis Lima
  • O empresário Antônio Augusto Castro

O que causou o acidente? 

As causas do acidente aéreo serão investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão central do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER).

Investigadores do órgão ligado às Forças Armadas do Brasil (FAB), que fica em Brasília (DF), já estão a caminho do Estado catarinense para realizar a "ação inicial" da ocorrência.

"Na Ação Inicial são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação", detalhou o Cenipa. 

Aeronave funcionava como transporte privado

O avião, um Beech Aircraft modelo 95-B55, é de 1982, mas foi adquirido pelo atual proprietário há menos de um mês, tendo sido transferido para o dono no dia 13 de maio deste ano. 

Com seis assentos e um piloto, a aeronave era voltada apenas para transporte privado e pertencia a uma grande construtora sediada em Belo Horizonte.