Uma parede de quase cinco metros de largura, pintada com a obra "Visões de Minas", de Alberto da Veiga Guignard, desapareceu de um imóvel em Belo Horizonte. O sumiço foi constatado pela Prefeitura de Belo Horizonte após uma denúncia anônima informando sobre obras intervenções irregulares na casa, que está em processo de tombamento. O caso agora segue em investigação pelo Ministério Público.
Nem a prefeitura nem o Ministério Público confirmaram o valor da obra. Mas, para comparação, o quadro “Vaso de Flores”, de Guignard, foi leiloado em 2016 por R$ 4,8 milhões. Também desapareceu do local uma obra do escultor e pintor Franz Weissmann.
O imóvel onde as obras estavam fica na Avenida do Contorno 7.871 e tem dois processos de tombamentos abertos junto ao Patrimônio Municipal, um de 2007 e outro de 2013, segundo informou a prefeitura. Um engenheiro encontrado no local da obra quando a fiscalização chegou disse aos agentes públicos que a parede não está mais em Minas Gerais.
“Foi constatada a retirada da parede da varanda da casa, que servia de suporte para composição musiva de Franz Weissmann e para a obra em têmpera sobre reboco "Visões de Minas" de autoria de Alberto da Veiga Guignard. O engenheiro que estava no local informou que as obras já não se encontravam em Minas Gerais. O responsável pelo imóvel foi notificado e a obra foi embargada em decorrência da constatação de execução de reforma sem licenciamento em imóvel em processo de tombamento”, informa a prefeitura de Belo Horizonte em nota.
O Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte cobrou dos proprietários a regularização das intervenções clandestinas, a recomposição e a restituição dos bens culturais, que pertencem ao Conjunto Arquitetônico Sylvio de Vasconcellos e ao Conjunto Urbanos Bairro Cidade Jardim.
O Ministério Público foi acionado pela administração municipal. “A partir da representação feita pela prefeitura o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural de Belo Horizonte, instaurou procedimento para apuração dos fatos”, diz nota da instituição.