Ivone Silva de Almeida, de 42 anos, apontada como a facilitadora por repassar informações que resultaram na chacina em Ribeirão das Neves, que vitimou três pessoas durante uma festa infantil, passou mal ao ser presa pela Polícia Militar (PM) no bairro Morro Alto, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, nesta sexta-feira (5 de julho).
A mulher, que estava com mandado de prisão em aberto, foi detida em casa por militares do Comando Tático, conforme explica o tenente Jota Souza. "Ao receber voz de prisão, a mulher se sentiu mal e está no Hospital Risoleta Neves. No momento em que foi presa, acabou ficando assustada", diz.
Militares realizam a escolta de Ivone na unidade de saúde. Assim que ela receber alta médica, será encaminhada para o sistema prisional.
"Segundo o que nos foi passado, ela foi a informante, a que passou todas as informações do local do evento do aniversário da criança. Essa foi a participação dela", afirmou o militar.
Defesa garante inocência
O advogado de defesa de Ivone, Joel Francisco Costa Junior, garante a inocência da mulher. Ele reconhece que a vítima tinha contato com as duas partes, mas assegura que ela não tinha “interesse nenhum” na morte das vítimas. Inclusive, segundo o defensor, a filha de Ivone está entre as baleadas.
“A filha dela foi alvejada. É um mal-entendido. Ela autorizou que a Polícia Civil tivesse acesso a todas as contadas dela, de celular, e-mail”, citou. Conforme o advogado, Ivone também tem sofrido ameaças de duas frentes: pessoas ligadas às vítimas e aos assassinos.
Crime
Familiares e amigos comemoravam o aniversário de Heitor Felipe, de 9 anos, em um espaço no bairro Areias, em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte. As comemorações tiveram início cedo, às 9h de quinta-feira, 23 de maio, e se estenderam durante o dia.
Por volta das 19h, no entanto, quando os convidados já estavam indo embora, dois homens armados invadiram o espaço e começaram a atirar. Três pessoas morreram e outras três ficaram feridas. As vítimas foram socorridas para a UPA Justinópolis e, depois, encaminhadas para o Hospital Risoleta Neves, em BH.
Quem são as vítimas?
Morreram Heitor Felipe, de 9 anos, o pai dele, Felipe Júnior Moreira Lima, de 26 anos, e uma prima, Layza Manuelly de Oliveira, de 11. A família comemorava o aniversário de Heitor no espaço de festas, quando o ataque aconteceu.
Os disparos atingiram ainda outras três convidadas: uma adolescente de 13 anos, a mãe dela, de 41, e uma jovem de 19. Elas foram socorridas para a UPA Justinópolis e, depois, encaminhadas para o Hospital Risoleta Neves, em BH.
A adolescente e jovem se recuperaram bem. A mulher de 41 anos, no entanto, ainda é monitorada de perto pelas equipes médicas. Familiares tratam a sobrevivência dela como um milagre.
O que motivou o crime?
Segundo o capitão Arley Santos, da Polícia Militar, o crime foi motivado pela guerra do tráfico na região do Morro Alto, em Vespasiano. O alvo dos disparos seria a vítima de 26 anos, pai do aniversariante, e que estaria envolvido com essa disputa. "[As vítimas] vieram para Ribeirão das Neves comemorar o aniversário. Mas [o crime] tem a ver com uma guerra [do tráfico] de Vespasiano que já estaria acontecendo há algum tempo", afirmou.