Cerca de seis meses após a apreensão de quase 6 mil garrafas de cerveja com indícios de adulteração, a Polícia Civil realizou uma operação que resultou, nessa quarta-feira (22 de agosto), no fechamento de uma distribuidora em Caeté, região metropolitana de Belo Horizonte. O empreendimento seria responsável pelo recebimento dessas bebidas, que estampavam uma grande marca nacional e estavam sem nota fiscal.

Quatro homens são citados no âmbito da investigação, incluindo o proprietário da distribuidora Cabeção. A operação desta quarta-feira foi deflagrada após laudos comprovarem a adulteração das bebidas. Foram mandados de busca e apreensão. O inquérito, instaurado em fevereiro, apura possíveis crimes contra a saúde pública.

Os responsáveis pela empresa e pela distribuição das bebidas foram submetidos a dispositivos de monitoramento eletrônico, com prazo de instalação de cinco dias a partir de 22 de agosto.

À época das apreensões, em 19 de fevereiro, foram encontradas na distribuidora 247 caixas, cada uma contendo 24 garrafas de 600 ml — totalizando 5.928 garrafas. As bebidas foram trazidas de Ourinhos, em São Paulo.

As investigações continuam para identificar outros envolvidos e a possível extensão do esquema de falsificação em outras regiões de Minas Gerais. A comercialização de produtos adulterados configura crime contra a saúde pública, conforme previsto no artigo 1º, inciso II da Lei 8.137/90.

Queixas

Quando ocorreu a apreensão das bebidas, o delegado Cláudio Freitas, titular da delegacia de Caeté, informou que a distribuidora era alvo de constantes reclamações. “Alguns consumidores relatam que passam mal ao fazer o uso da cerveja adquirida por lá. Alguns dos sintomas são dor de cabeça e até mesmo diarreia”, contou. 

O caminhão que transportava a cerveja que depois teve a adulteração comprovada, foi apreendido pela polícia. “O veículo estava com muitos débitos, tanto relacionado a Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e licenciamento”, esclareceu o delegado.

A reportagem tentou contato com a distribuidora para pedir um posicionamento sobre as investigações, mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto.