O investigador da Polícia Civil César Gonçalves e Sá, de 47 anos, atropelado na Via Expressa por um tenente do Exército de 25 anos, na noite do último domingo (4 de agosto), precisou ter uma das pernas amputadas após o acidente. O acidente aconteceu durante uma operação policial, na altura do bairro Vila Oeste, na região Oeste de Belo Horizonte. O militar, que confessou que tinha consumido bebidas alcoólicas, foi ouvido e liberado.

A informação foi confirmada a O TEMPO nesta terça-feira (6 de agosto) por um colega do policial ferido, que preferiu não ser identificado. Ele conta que o investigador atuava no momento na Patrulha Unificada Metropolitana de Apoio (PUMA), mas já teria passado pelo Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). 

"Até onde sei, ele estava entubado e ontem (segunda-feira) teve a perna amputada. Os policiais civis estão revoltados com a condução do caso pelo delegado, que não autuou o condutor do veículo. Um absurdo fazer apenas um TCO", reclamou o colega de profissão de César.

Até a manhã desta terça, César seguia internado em estado grave no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, para onde foi levado após o atropelamento. 

Procurada, a Polícia Civil confirmou na última segunda (5) que o tenente do Exército acabou ouvido e liberado. "A autoridade policial (delegado) lavrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) em desfavor do condutor do veículo, de 25 anos, por praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor", diz o texto. Após assinar o TCO, o militar foi liberado e "assumiu o compromisso de comparecer à audiência perante o Juizado Especial Criminal para as medidas legais cabíveis".

De acordo com o boletim de ocorrência, o atropelamento aconteceu quando equipes da Polícia Civil faziam uma abordagem no local. Em dado momento, surgiu um carro, modelo Uno, que atingiu o agente. A vítima foi arremessada a cerca de 20 metros e bateu contra a mureta da Via Expressa.

Tenente recusou a fazer bafômetro

O motorista parou na sequência para prestar socorro. Conforme relato do condutor, que se identificou como tenente do Exército, ele trafegava pela via quando viu uma pessoa sinalizando e pensou se tratar de um indivíduo pedindo carona. 

O condutor relatou ainda à PM que tentou se desviar de um triângulo de sinalização passando para a faixa central, mas acabou atingindo o agente. Ele foi então alertado pela esposa de que havia atingido uma pessoa e parou na sequência.  

Exército abriu investigação

Também procurado por O TEMPO, o Exército Brasileiro informou, por nota, que o tenente que se envolveu no acidente pertence "ao 12º Batalhão de Infantaria Leve de Montanha" e que uma apuração interna foi aberta.

"Um procedimento administrativo foi instaurado para apurar as circunstâncias do caso", concluiu a nota.