Moradores do bairro Dona Clara, na região da Pampulha, cobram a revitalização da rua Oscar Cantanheira. A via está recebendo uma obra em decorrência da construção do viaduto na avenida Cristiano Machado. Sem asfalto, os moradores enfrentam poeira nos dias secos e lama nos dias chuvosos. Nesta quarta-feira (16 de abril) algumas casas foram inundadas devido à chuva — um problema que, segundo os moradores, tem se tornado recorrente na região.

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“Desde julho do ano passado, temos lidado com situações de inundação. A Copasa já veio e fez uma intervenção, porém nos foi informado que é preciso que a Gasmig faça a retirada de uma tubulação de gás que passa pela Cristiano Machado e desemboca na nossa rua, que, a propósito, é pequena e estreita. Precisamos que as partes envolvidas — Gasmig, Copasa e Prefeitura — conversem para que nosso problema seja resolvido”, relata a servidora pública Joyce Martins, de 54 anos.

Limpeza realizada pelas equipes da prefeitura após o temporal desta quarta-feira (Fred Magno / O TEMPO)

As complicações causadas pela falta de asfaltamento na rua Oscar Castanheira vêm se acumulando desde que a via passou a ficar completamente exposta à terra. “Poeira, lama e buracos se acumulam. A gente praticamente não consegue sair com o carro da garagem. Depois de todo esse transtorno, eu já tive pneumonia. A minha vizinha teve o estado de saúde agravado por causa da poeira, pois os ônibus passam em alta velocidade”, relata uma moradora.

Outra queixa apresentada por Joyce Martins diz respeito à sujeira constante nas casas. “Estamos tendo que gastar mais água para manter nossas casas limpas. Muitas pessoas agravaram quadros de alergia, nossos imóveis se desvalorizaram. Essa rua, que já era conhecida por alagamentos, agora piorou porque vira um lamaçal”, complementou.

Equipes da prefeitura fizeram a limpeza da via (Fred Magno / O TEMPO)

Visita técnica

Diante da situação enfrentada pelos moradores, a vereadora Marcela Trópia (Novo) realizou uma visita técnica à rua Oscar Castanheira. A ação de fiscalização contou com a presença de representantes da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), da Copasa e da Regional Pampulha.

“Nosso objetivo é garantir que a população seja respeitada durante a execução dessas obras. O que encontramos ali foi um cenário alarmante, e por isso cobramos ações concretas", afirmou a parlamentar ao final do encontro.

A visita ao bairro Dona Clara resultou nos seguintes encaminhamentos:

  • A prefeitura se comprometeu a apresentar um cronograma unificado com os prazos das obras da Gasmig, da Copasa e do próprio Executivo municipal;
  • Foi acordado o envio diário de caminhão-pipa para lavar os dois lados da rua Oscar Castanheira, ajudando a reduzir os transtornos causados pela poeira;
  • Será instalada uma barreira de concreto para restringir o trânsito na via, permitindo apenas a circulação local;
  • A BHTrans se comprometeu a reforçar a fiscalização no período da tarde, quando há maior fluxo de veículos.

Uma outra medida, ainda em discussão, se refere ao recuo da alça do viaduto, atualmente projetada para a rua Oscar Castanheira, que passaria a desembocar na avenida Sebastião de Brito.

Posicionamentos

O TEMPO entrou em contato com a PBH, a Copasa e a Gasmig e aguarda os posicionamentos a respeito do caso.

Em nota, a Copasa informou que as obras de sua responsabilidade, que contemplavam a execução de rede coletora e ligação de esgoto foram finalizadas no início do mês de fevereiro.

"A empresa esclarece ainda que a Companhia de Gás e a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte estão realizando e irão realizar obras no local, de redes de gás e drenagem pluvial, respectivamente. A recomposição da via ficará a cargo dos referidos órgãos", esclareceu.

Já a Gasmig informou que as obras na rede de distribuição de gás foram solicitadas pela Prefeitura de BH, e "têm o objetivo remanejar o gasoduto existente na Av. Cristiano Machado, de modo a viabilizar as obras de infraestruturas que estão sendo realizadas na região". "Os serviços estão em andamento, foram iniciados em janeiro/2025 e têm duração prevista até julho/2025", finalizou a companhia.