O aumento de R$ 0,30 na passagem do metrô de Belo Horizonte — de R$ 5,50 para R$ 5,80 a partir de 1º de julho — foi justificado como parte do acordo de concessão do transporte, assinado entre o governo de Minas Gerais e a empresa Metrô BH em 2023. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (25 de junho), o gerente de operação da concessionária, Frank Ferreira, admitiu que as intervenções de obras causam transtornos aos passageiros, mas afirmou que o investimento valerá a pena nos próximos anos. Segundo ele, futuramente, o número de usuários do metrô voltará a crescer.
“Nós entendemos toda a questão do usuário e estamos aqui para tentar mitigar esses problemas. Mas são circunstâncias de obras que temos que fazer, e estão no contrato de concessão. Na questão do aumento da passagem, também está [previsto] no contrato de concessão esse aumento de ano a ano”, afirmou o gestor.
A declaração de Frank Ferreira vem em meio a reclamações dos passageiros do sistema metroviário da capital, que dizem não ver melhorias que justifiquem o reajuste da tarifa para R$ 5,80. As queixas mais comuns são vagões cheios e demora nos intervalos entre os trens, na maioria das vezes causadas por obras nos trilhos.
Na avaliação do gestor do Metrô BH, as intervenções que vêm sendo feitas no transporte irão reconquistar os usuários a longo prazo. A concessionária tem defendido estações modernizadas, novos trens e o início das obras da Linha 2 como “destaques dos dois anos de gestão”.
“Nós vamos aumentar a velocidade das viagens, teremos a Linha 2 conectando o Barreiro, além de vagões e trilhos mais modernos. Quando tudo estiver entregue, não há dúvida de que isso vai reconquistar e aumentar o número de usuários, porque a qualidade convence”, disse Ferreira.
Segundo relatórios do Portal de Transparência do Metrô BH, a média de passageiros nos dias úteis de janeiro de 2024 foi de cerca de 79 mil. Já em janeiro deste ano, caiu para aproximadamente 74 mil, uma redução de 6,6%.
A partir de 1º de julho, Belo Horizonte terá, isoladamente, o metrô mais caro por quilômetro percorrido entre as 12 capitais brasileiras que contam com sistema metroviário — seja subterrâneo, como em São Paulo, ou por veículos leves sobre trilhos (VLT).