A médica Gabriela Ferreira Corrêa da Costa, apontada como uma das principais integrantes do chamado "Bando da Degola" — sendo descrita como a “gerente” da quadrilha, foi presa novamente no bairro Camargos, na região Oeste de Belo Horizonte, na noite desta segunda-feira (30 de junho). Um funcionário da Central de Flagrantes 3, no Barreiro — para onde ela será encaminhada —, confirmou que o Batalhão de Choque da Polícia Militar (PMMG) cumpriu um mandado contra ela, porém as causas da prisão ainda não foram reveladas.

Relembre como começou o "Bando da Degola"

O caso teve início em abril de 2010, no bairro Sion, região Centro-Sul de Belo Horizonte, quando os empresários Rayder Rodrigues e Fabiano Moura foram sequestrados e levados para um apartamento. Lá, foram vítimas de sequestro, tortura e extorsão. Posteriormente, acabaram assassinados. Os corpos foram encontrados carbonizados em uma mata de Nova Lima, com as cabeças e os dedos decepados.

O líder do grupo criminoso, Frederico Flores, foi acusado por homicídio qualificado, sequestro, extorsão, formação de quadrilha e ocultação de cadáver. Ele também foi denunciado por envolvimento em atos de tortura contra outra vítima, que teria sido obrigada a manter as mãos nos órgãos genitais de outros dois detentos durante sessões de violência. Após o crime, a polícia apreendeu armas — entre elas, uma espingarda calibre 38 — e computadores no apartamento de Flores, que funcionava como base da quadrilha.

Em junho de 2010, o Ministério Público decidiu ampliar a denúncia, acusando os oito suspeitos pelos mesmos crimes e solicitando a prisão preventiva de todos. Além de Flores e Gabriela, também foram denunciados o ex-policial Renato Mozer, Sidney Benjamin, Adrián Grigorcea e outros envolvidos.

A médica chegou a ser presa e prestou depoimento ao Conselho Disciplinar da Polícia Militar. No entanto, foi solta após 42 dias de detenção, beneficiada por um habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Outros dois suspeitos, o pastor Sidney Benjamin e o advogado Luis Astolfo, também foram soltos na época, o que provocou reação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Em março de 2015, Gabriela foi condenada a 46 anos e 6 meses de prisão por participação nos crimes praticados pelo grupo

A reportagem procurou a PMMG para esclarecer os motivos da prisão de Gabriela e aguarda retorno.