O Colégio Santa Maria Minas afastou, de forma cautelar, os alunos suspeitos de envolvimento na criação e venda de imagens íntimas falsas de alunas da instituição, em Belo Horizonte. A decisão, conforme o próprio colégio, foi tomada após escuta com as vítimas e reuniões com os estudantes citados e os respectivos responsáveis. O caso é investigado pela Polícia Civil e acompanhado pelo Ministério Público.
O colégio destacou ter sido feita “a orientação para que os referidos estudantes não frequentassem o Colégio desde a última quarta-feira (4 de junho)”. No entanto, não informou por quanto tempo valerá a decisão, tampouco quantos alunos foram afetados. A medida tem o objetivo de garantir uma apuração “imparcial e transparente” dos fatos. Informou, ainda, que as aulas seguem normalmente e que o ambiente está sendo mantido seguro e adequado ao desenvolvimento pedagógico.
Na nota, o colégio também alertou para a circulação de conteúdos imprecisos em canais não oficiais, que podem prejudicar o andamento da apuração. A instituição afirmou que já comunicou o caso ao Conselho Tutelar e ao Ministério Público e que adotará medidas legais contra a divulgação de informações falsas.
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“O Colégio Santa Maria Minas reitera sua não tolerância em relação a atos que atentem contra a honra e a moral de qualquer pessoa e reafirma sua confiança na pronta atuação dos órgãos competentes e no devido processo legal, solicitando à toda a comunidade escolar a manter a serenidade e a evitar o compartilhamento de especulações e informações sem fundamento”, destacou.
Nudes falsos
A denúncia ganhou repercussão nas redes sociais nesta semana, após a influenciadora Ive Moreira relatar o caso em vídeo publicado no TikTok. Ela é irmã de um ex-aluno da escola e contou que, desde 2023, alunas vêm sendo alvo de vazamento de fotos, agora com o agravante do uso de inteligência artificial
O grupo suspeito, formado por colegas do 1º ano do Ensino Médio, teria utilizado imagens das redes sociais das vítimas para criar montagens em que os rostos são inseridos digitalmente em corpos nus — os chamados “deep fakes”.
Adolescentes ouvidas por O TEMPO relataram que mais de 20 meninas, com idades entre 13 e 17 anos, foram vítimas dessas montagens. Há suspeita de que as imagens estariam sendo até comercializadas.