Após restringir os atendimentos a pacientes não-críticos na tarde da última segunda-feira (14 de julho), o Hospital Risoleta Tolentino Neves, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, voltou a atender pessoas sem risco de morte na manhã desta terça-feira (15). O anúncio foi feito pela unidade de saúde, que informou que, apesar disso, o tempo de espera para estes pacientes pode ser "prolongado", já que o hospital segue operando "acima da sua capacidade".
"Neste momento, além dos casos de emergência e muito urgentes, as demandas não-críticas estão sendo atendidas, seguindo prioridade clínica estabelecida pelo Protocolo de Manchester", detalhou a unidade de saúde por nota. Nesta manhã, 141 pessoas estavam sendo atendidas no Pronto-Socorro do hospital.
Para garantir a retomada dos atendimentos, foram adotadas medidas do "Plano de Capacidade Plena", sendo que, após um "grande esforço das equipes e apoio da Rede de Urgência e Emergência", os processos internos foram agilizados, viabilizando a retomada do atendimento.
"O Risoleta reafirma o seu compromisso com a saúde pública e garante que todos os esforços continuarão a ser feitos para manter a assistência à população que depende do Hospital", finalizou o Risoleta Neves.
"Só atende quem está morrendo", diz paciente
Na noite da última segunda, a reportagem de O TEMPO esteve no Hospital Risoleta Neves e ouviu pacientes. Uma delas, uma mulher de 26 anos, disse que só foi informada que não seria atendida cerca de 2h após ter passado pela triagem.
"Disseram que só atenderiam quem está morrendo", contou a mulher, que está com inchaço no pé após uma queda. "Eles deveriam avisar que não haveria atendimento logo quando chegamos. Eu esperei para passar na triagem à toa. Isso é um absurdo", diz.
O aposentado Paulo Mariano, de 67 anos, chegou ao Risoleta por volta de 15h30. Sentado em uma cadeira de rodas, Paulo disse que machucou a região da bacia ao carregar uma geladeira durante uma mudança, e se frustrou ao saber que não receberia atendimento.
“Me disseram que os médicos que estão aqui não podem atender e que eu tenho que ir para outro lugar. Agora estou aqui há um tempão e não tiveram previdência de nada, não chamaram uma ambulância para me levar para outro lugar, nem nada”, reclamou o aposentado.