"Iluminada, alma generosa, amiga e amorosa." A morte da professora de História Soraya Tatiana Bonfim, de 56 anos, que estava desaparecida desde a última sexta-feira (18 de julho), comoveu a comunidade escolar do Colégio Santa Marcelina, onde ela trabalhava. Nas redes sociais, inúmeros relatos de pais e alunos a descrevem como amiga, profissional excelente e alguém que atuava além do ensino, trazendo mensagens de carinho e incentivo aos estudantes.
"A Tati era uma pessoa inigualável, estava sempre sorrindo e fazia questão de marcar cada aluno que passava por ela, inclusive eu. Descanse em paz, você não merecia ter passado pelo que passou. Te amaremos para sempre", escreveu uma aluna no Instagram. Soraya foi encontrada sem vida neste domingo (20/7), sob um viaduto em Vespasiano, na Região Metropolitana de BH. O corpo apresentava sinais de violência. Segundo o registro policial, a vítima estava apenas com a parte superior da roupa — uma blusa cinza.
Após a confirmação da morte, uma comoção tomou conta da comunidade escolar. Uma aluna agradeceu pelo apoio recebido no ambiente de ensino. "Tati, você vai fazer muita falta para todos nós. Obrigada por ter sido tão maravilhosa e iluminada, não só como professora, mas também como pessoa. Você é muito especial para mim. Obrigada por tudo o que me ensinou e proporcionou. Eu te amo muito", disse.
Uma mãe afirmou que o legado deixado por Soraya era visível na forma como os filhos mencionavam ela em casa. "Através dos olhares, atitudes e palavras de nossos filhos, reconhecemos aquele professor que é muito mais do que um educador, um ser iluminado, que se preocupa com os alunos além do conteúdo didático. Aquele professor que ama o que faz e faz a diferença na vida de cada aluno. A Tati foi exatamente essa pessoa na minha casa — sempre mencionada com muita doçura e amor. Tenho certeza de que perdemos uma pessoa muito especial, que fará muita falta no dia a dia dos nossos filhos", lamentou.
Uma estudante classificou a professora como uma alma generosa, que passava sabedoria e carinho. Em post compartilhado no perfil do Colégio Santa Marcelina, uma aluna lamenta que a professora, que sempre via a bondade nas pessoas, tenha sido vítima de violência.
"Tati era a personificação da palavra 'carinho'. Era afetuosa, amorosa; sempre tinha um 'te amo' para dar, um sorriso, um abraço apertado. Sempre admirei sua forma única de ver a vida, de ver a bondade nas pessoas (muito embora o mundo não tenha te retribuído da mesma forma). Sempre admirei seu jeito leve de viver. Você transmitia a História de um jeito único e diferenciado, e isso ficará para sempre em meu coração! Jamais me esquecerei da sua doçura", garantiu.
O corpo de Soraya foi reconhecido pelo filho, de 32 anos, no Instituto Médico-Legal (IML). Ainda não há informações sobre o velório e sepultamento da professora.
A Polícia Militar (PMMG) afirmou que, até o momento, não há informações sobre quem seria o autor ou o que poderia ter motivado o assassinato da professora.
O desaparecimento
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pelo filho de Soraya na noite de sábado (19), ele teria saído de casa por volta das 20h de sexta-feira para uma viagem até a Serra do Cipó. A mãe estava na sala de casa, vestida com uma camisola cinza, quando ele saiu.
Na manhã do dia seguinte, ainda conforme o relato do filho, ele enviou uma mensagem para a mãe, mas ela não teria sequer recebido a mensagem. Preocupado, ele pediu que uma tia, que mora no mesmo prédio, fosse até o apartamento, mas ela também não obteve sucesso.
O filho então solicitou que um chaveiro abrisse o imóvel para que sua tia tivesse acesso, porém, não foi encontrado nenhum vestígio da mulher. Diante da situação, o rapaz teria voltado para casa, onde encontrou o lugar sem sinais de alteração ou arrombamento. O carro de Soraya também estava na garagem do prédio.
O filho, junto do pai, iniciou uma série de visitas a hospitais da capital e ao Instituto Médico-Legal, além de contatos com amigas para tentar descobrir o paradeiro da professora. Sem informações, ele também tentou acessar câmeras de segurança da rua onde mora com a mãe e o notebook da mulher, mas não conseguiu obter qualquer evidência sobre sua localização.