Nicolas Gabriel Brito Figueiredo completaria 7 anos na próxima segunda-feira (1º de setembro). A data comemorativa, porém, será de enorme tristeza para a família da criança, que morreu na tarde desta quarta-feira (27 de agosto) minutos após receber alta da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sede, no centro de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi levado à unidade de saúde pela mãe depois de apresentar vômito e dor de garganta. 

A fatalidade foi registrada pela Polícia Militar (PM) por 13h30, porém, a criança teria passado mal e desmaiado no momento em que descia a rampa da unidade de saúde, no fim da manhã desta quarta, instantes após receber a liberação do médico de 38 anos que o atendeu e medicou. 

Aos policiais, a mãe do menino, de 25 anos, relatou que, na noite de terça-feira (26 de agosto), o garotinho apresentou febre e recusou alimentação, apresentando vômito e garganta inflamada. Após o menino reclamar que estaria "muito fraco", a mulher resolveu levá-lo até a unidade de saúde já na manhã do dia seguinte. 

Conforme o relato da mãe, durante a triagem no hospital o filho chegou a vomitar, sendo atendido rapidamente pelo médico, que o examinou e informou que ele receberia benzetacil, dipirona e soro. Nicolas então teria sido levado para a sala de medicação, onde ficou no colo da mãe enquanto recebia as medicações. 

De acordo com a PM, a mãe contou ainda que houve "uma complicação" durante a aplicação do soro, porém, o menino ficou 2h em observação antes de receber a alta médica, concedida pelo hospital às 11h48 após o diagnóstico de "virose". Porém, no momento em que a mulher se preparava para descer a rampa da UPA, o filho passou a apresentar tonteira e tremores, sendo carregado de volta à unidade de saúde por testemunhas. 

Na versão do médico, que acabou sendo conduzido para a delegacia pela PM, ele atendeu Nicolas por volta de 9h, sendo que a mãe teria relatado febre e vômitos, negando que a criança tivesse diabetes ou antecedentes patológicos, como alergias. Após avaliar o menino e constatar placas na laringe e glicose em 67, o profissional teria ministrado benzetacil intramuscular, dipirona, soro e glicose. 

O homem disse ainda que a criança foi reavaliada, apresentou glicose em 147, saturação em 99% e frequência cardíaca de 138, além de um bom estado geral, recebendo a alta em seguida. Após a criança retornar, cerca de 10 minutos depois, e tendo convulsões, ele voltou a ser atendido, mas acabou não resistindo e morreu. 

Em nota publicada nas redes sociais, a Prefeitura de Santa Luzia lamentou a morte da criança. "Que familiares e amigos encontrem conforto neste momento difícil. Nossos sinceros sentimentos", escreveu o município. O garotinho era aluno da Escola Municipal Professora Ceçota Diniz. 

Profissionais tentaram reanimar menino por 45 minutos

O registro feito pela PM trouxe ainda que uma enfermeira que participou do atendimento contou que, após receber alta, o menino deu entrada às 12h15, sem pulso, com apneia e "irresponsivo". A mulher relatou ainda que a criança chegou a ser entubada  passou por manobras de ressuscitação que duraram cerca de 45 minutos. 

Durante as tentativas de reanimar Nicolas, ainda foram feitas 15 tentativas com o desfibrilador e infusão de bicarbonato de sódio. Apesar de todo o esforço dos profissionais, a criança não reagiu e a morte foi constatada após a realização de exames. 

De acordo com a PM, revoltados com a morte, familiares do menino ainda teriam tentado agredir funcionários e chegaram a quebrar uma vidraça da UPA. Por isso, a perícia foi acionada. O caso será investigado pela Polícia Civil, que deverá determinar o que causou a morte do menino.