A Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização Covid-19 (CTAI), conjunto de membros do governo federal e de pesquisadores que assessoram as decisões do Ministério da Saúde, iniciou as discussões sobre a quarta dose da vacina para idosos e profissionais da saúde. A decisão ainda depende de estudos, segundo membros da câmara, e por ora não é oficialmente recomendada.
O epidemiologista José Cássio de Moraes, membro da câmara e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), explica que ainda é necessário ter mais dados antes de o grupo encaminhar um parecer ao ministério. “É uma hipótese que está sendo considerada. Vimos que a efetividade da segunda dose vai se reduzindo com o tempo e precisamos de trabalhos para mostrar como está variando a da terceira dose”, detalha.
Ele explica que a câmara já solicitou que o ministério faça tratativas com os laboratórios fabricantes de vacina para o abastecimento do país caso uma quarta dose seja de fato necessária. “A câmara não tem poder de decisão, quem decide é o Ministério da Saúde”, continua.
Israel já aplica a quarta dose em maiores de 60 anos e, nesta semana, o governo do país afirmou que ela tornou os mais velhos três vezes mais resistentes às formas graves da Covid-19. Agora, o país também dará o segundo reforço a todos os adultos com comorbidades. Na América do Sul, o Chile aprovou a quarta dose para idosos e profissionais da saúde.
No Brasil, desde dezembro a quarta dose é permitida para pessoas com imunossupressão - quem vive com HIV ou faz hemodiálise, por exemplo. Em Belo Horizonte, o público receberá o segundo reforço a partir da próxima semana, segundo a prefeitura anunciou nesta quinta-feira (27).