Um menino de apenas 13 anos morreu após receber uma descarga elétrica enquanto usava o celular plugado na tomada, em Montes Claros, no Norte de Minas, na tarde da última sexta-feira (6). Familiares de Wender Santos Bezerra contaram à Polícia Militar que ele estava sentado em uma cadeira, ouvindo música e mexendo no aparelho, quando foi eletrocutado.
Quando os militares chegaram na casa em que o menor morava com os pais e os irmãos, na rua Santa Terezinha, no bairro Santa Rita, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já estava no local tentando reanimá-lo, sem sucesso.
O caso ocorrido em Montes Claros não é o único no país. Dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) apontam que o número de mortes em situações como essa mais do que dobrou em 2018 em relação à soma dos últimos três anos. No ano passado, foram registradas oito mortes no país. Em 2017, 2016 e 2015, houve apenas um óbito a cada 12 meses.
Segundo especialistas, o perigo existe e está sobretudo em falhas de componentes. “Se há um defeito, a corrente elétrica pode passar mais forte do que deveria, podendo transferir até 220 V, o que pode causar um acidente fatal”, explica o engenheiro elétrico Edson Martinho, diretor da Abracopel.
Conforme ele, isso acontece, geralmente, pelo uso de bateria ou carregador não originais – tecnicamente incompatíveis com o modelo do aparelho, deterioração dos componentes, uso de dispositivos conectados à tomada quando se está descalço ou molhado; ou durante a ocorrência de raios.
Para o engenheiro eletricista Carlos Gustavo Castelo Branco, professor de instalações elétricas prediais da Universidade Federal do Ceará (UFC), outro fator importante são as instalações elétricas dos imóveis.
“Muitas estruturas não possuem aterramento nem dispositivos que evitem falhas de isolamento elétrico – que desliguem a energia em caso de curto-circuito”, afirma. Ele ressalta que, nesses casos, até mesmo um carregador original pode trazer riscos. (Com Thuany Motta)