Usuários que compareceram à unidade da Farmácia de Minas no Gutierrez, na região Oeste de Belo Horizonte, na manhã desta sexta-feira (10) encontraram um cenário de tranquilidade para retirada de medicamentos. Principal ponto de distribuição de remédios fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a Farmácia começa o atendimento às 7h e está operando com agendamento para atendimento de usuários. Apesar da preparação com o intuito de diminuir a chance de aglomerações na porta, em alguns dias são relatadas filas maiores na calçada da unidade.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), há formação de filas quando usuários optam por comparecer antes do horário marcado ou em dias em que não estão agendados. Uma outra questão relatada é que há dificuldade em encontrar dois medicamentos importantes para cuidados crônicos. De acordo com o órgão, um deles está sendo adquirido pelo Estado para reposição do estoque, enquanto o outro é de responsabilidade do Ministério da Saúde e ainda não foi entregue à Secretaria.

Onze minutos

O técnico em radiologia João Gabriel, 33, chegou à unidade da Farmácia de Minas ainda nas primeiras horas da manhã para retirar uma medicação destinada a tratamento de reumatismo e que é necessária para os cuidados mensais com o pai dele. “Consegui todos os medicamentos, encontrei todos hoje. Vim buscá-los para meu pai que necessita da medicação”, detalhou. Logo que chegou à porta, ele iniciou uma cronometragem e, segundo seus cálculos, levou apenas 11 minutos e trinta segundos para ser atendido e receber o remédio.

Situação semelhante aconteceu também com José Teixeira de 63 anos. O agente do Correios relatou até certa surpresa em relação ao rápido atendimento desta sexta-feira (10). “Hoje, por incrível que pareça, não teve fila. Consegui pegar todos os meus medicamentos e foi fácil para mim, foi rápido”.

Estoque

Apesar da retirada de medicamentos ter acontecido sem percalços para os dois, alguns beneficiários da Farmácia de Minas não têm tido a mesma sorte em função de um problema no abastecimento do estoque de duas medicações. A primeira delas é uma solução injetável do Abatacepte, remédio recomendado para tratamento da artrite reumatóide, uma doença crônica e autoimune que afeta as articulações. O segundo medicamento que está sem estoque no sistema é o Budesonida com Formoterol, necessário para o tratamento regular de doença pulmonar crônica.

Procurada, a SES-MG detalhou que o primeiro remédio é adquirido pelo Ministério da Saúde que posteriormente o encaminha à Secretaria para distribuição a usuários. Atualmente, a Saúde aguarda a entrega pelo órgão responsável. Quanto a segunda medicação, o Estado declarou que ela encontra-se em processo de aquisição e tão logo seja entregue para o almoxarifado será distribuída a todas as regionais de Minas Gerais.

Remédio a domicílio

Com um público beneficiário estimado em mais de 50 mil pessoas, a Farmácia de Minas implementou no início da pandemia o “Medicamento em Casa” com o intuito de entregar a domicílio os remédios necessários para o tratamento de usuários que são portadores de doenças respiratórias. A estratégia do Estado é uma maneira de reduzir o deslocamento deste grupo e também diminuir a chance de formação de filas na unidade.

O Governo de Minas Gerais declarou através de nota que, além deste programa, decidiu descentralizar a entrega de medicamentos para portadores de insuficiência renal crônica. Com o cenário pandêmico, representantes também passaram a poder retirar os medicamentos e, para tal, basta uma declaração autorizadora que está disponível no MG App e no site da Secretaria de Saúde.