Após prestar depoimento na Delegacia Especializada de Acidentes de Veículos, nesta terça-feira (14), o motorista de 39 anos que atropelou e matou Jerusa de Alencar Viana , de 47, na avenida Raja Gabaglia, no bairro São Bento, região Centro-Sul de Belo Horizonte, conversou com a imprensa e disse que não bebeu antes do acidente.
"Eu sei o que a família dela está passando. Perdi minha mulher ano passado, estava com as minhas malas prontas para voltar ao Rio de Janeiro. Estava na Raja e foi tudo muito rápido, entrei em pânico, as pessoas queriam me linchar. Não tinha bebido, não estava em alta velocidade. Eu peço desculpas, gente. Pelo amor de Deus", afirmou o homem.
O homem é do Rio de Janeiro, mas está na capital mineira há algum tempo. Ele não tem residência fixa, segundo a polícia, e costumava ficar em casa de amigos. Em fevereiro do ano passado, a mulher dele morreu durante um procedimento estético em um hospital de Nova Lima, na região metropolitana. A BMW está em nome dela.
"Minha esposa faleceu vítima de um erro médico e (da aplicação) do PMMA (polimetilmetacrilato). Morreu nas minhas mãos. Eu estava sem dinheiro, sem nada. Consegui resolver minha vida jurídica agora e estava indo embora para o Rio. Minhas coisas estão todas dentro do carro, a roupa do corpo é emprestada. Deixa eu ir embora, tenho que tomar o remédio porque estou muito mal", disse, chorando, antes de entrar em um veículo com os advogados de defesa.
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"O fato dele ter perdido uma companheira não justifica ele tirar a vida de outra pessoa", diz namorado de Jerusa
O namorado de Jerusa, José Marcos Bandeira, que estava com ela no momento do acidente, esteve na delegacia nesta terça e comentou as declarações do motorista.
"Ele diz que não parou por medo de ser linchado, mas, quem frequenta aquele lugar ali não tem cabeça para pensar nisso. Ele fugiu depois que, literalmente, assassinou a Jerusa. Não tenho como provar mas tenho certeza que ele estava embriagado, a 120 km/h", disse José.
Desde o acidente, no último fim de semana, ele afirma que conseguiu dormir poucas horas. "O fato dele ter perdido uma companheira não justifica ele tirar a vida de outra pessoa. Acabar com a família, acabar com os sonhos. Eu espero que a Justiça faça o papel dela e tome as providências", finalizou José Marcos.
Atualizada às 15h18