Enfrentamento

BH abre leitos, mas taxa de ocupação com pacientes de Covid-19 permanece em 91%

Na comparação entre os dois últimos boletins epidemiológicos, são 25 leitos novos, entre os de UTI e os de enfermaria, que abriram de um dia para o outro

Por Paula Coura
Publicado em 07 de julho de 2020 | 17:06
 
 
 
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Para que a saúde não entre em colapso, a prefeitura de Belo Horizonte tem tentado aumentar a oferta de leitos para tratamento de pacientes com Covid-19. Na comparação entre os dois últimos boletins epidemiológicos divulgados pela gestão municipal da capital, são 25 novos leitos, entre os de UTI e os de enfermaria totais, que passaram a entrar na contagem de um dia para o outro.

No dia 5 de julho, BH contava com 1.020 leitos de UTI, com um percentual de 91% de lotação. Desses leitos, 345 eram ocupados com pacientes com coronavírus. No dia seguinte, 6, o percentual de lotação permaneceu nos 91%, mas o número de leitos gerais de UTI subiu para 1.024; sendo 360 ocupados por doentes com Covid-19.

A situação de ampliação também se manteve nos leitos de enfermagem. Enquanto no domingo (5) a capital mineira contava com 4.537 leitos, uma ocupação geral de 68%, no dia seguinte, na segunda-feira (6), o total de leitos geral para casos menos graves era 4.558, um incremento de novos 21 leitos, com taxa de ocupação geral de 69%. Se forem analisados os dados referentes às internações por Covid-19, eram 916 usados por pacientes que tratam coronavírus, o que representava 72% de ocupação no dia 5 de julho, passando para 937 leitos ocupados no dia 6 de julho, 70% de ocupação. Na capital mineira, 190 pessoas já perderam a vida em decorrência do coronavírus.

Sobre a possibilidade de decretar lockdown em eventual aumento de casos de coronavírus em BH, a prefeitura de Belo Horizonte, em nota, informou que a decisão só cabe ao prefeito. E ressaltou, em nota, que enquanto não houver vacina contra o novo coronavírus a população terá que conviver com aberturas e fechamentos do comércio. Veja a nota abaixo:

"A Prefeitura de Belo Horizonte e o Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19 acompanham três indicadores fundamentais para definir os passos do plano de reabertura gradual do comércio e de serviços: a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid, de enfermaria e o índice de transmissão. Toda decisão do Executivo é baseada no monitoramento desses índices.

O Comitê de Enfrentamento avalia que enquanto não surgir uma vacina para controle do novo Coronavírus a cidade terá que conviver com reaberturas e fechamento do comércio, dependendo dos níveis de avaliação.

Com relação a um eventual decreto de lockdown, esta é uma decisão que cabe ao prefeito."

Ampliação desde o fim de semana

Em entrevista ao portal O TEMPO, a subsecretária de Atenção à Saúde, Taciana Malheiros, anunciou a abertura de 24 novos leitos em BH no fim de semana. Questionada sobre os 25 novos leitos entre os dois últimos boletins, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) informou que Belo Horizonte teve um incremento em 560% de novos leitos no comparativo entre março e julho. Segundo a pasta, foram disponibilizados 168 leitos destinados aos casos de Covid na Rede SUS-BH – 29 UTIs e 139 em enfermarias. Em junho foram disponibilizados 262 leitos – 111 UTIs e 151 enfermarias.

“Somando as unidades Covid de enfermaria (937) e UTI (360), o SUS-BH conta hoje com 1.297 leitos. Em março, eram 196 leitos Covid: 82 de UTI e 114 de enfermaria. Um aumento de mais de 560% de leitos (no comparativo março/julho)”, informou a SMSA, em nota. Questionada sobre a possibilidade de abertura de mais leitos, a pasta informou que “o aumento da oferta de unidades para o atendimento de pacientes acompanha o planejamento feito pela SMSA junto aos hospitais e a evolução dos indicadores epidemiológicos e assistenciais em relação à pandemia”.

Leia também: Minas Gerais tem 1.200 mortes causadas por coronavírus

O governo de Minas não descarta transferir pacientes de BH para o interior caso haja falta de leitos para tratar coronavírus na capital. No balanço da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), cerca de 80% dos leitos gerais para tratar Covid-19 estão ocupados na região Central. 

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