Um pagode com aglomeração no Conjunto Habitacional Jardim Filadélfia na região Noroeste de Belo Horizonte terminou com a morte de um homem de 38 anos na madrugada desta segunda-feira (21). Após ter se irritado com a rejeição de uma mulher a quem dirigiu uma cantada, o homem, que é agente socioeducativo de Minas Gerais, sacou a própria arma e começou a ameaçar participantes da festa.

A Polícia Militar (PM) estava na região no instante em que a confusão ocorreu, e, chegando no bar onde aconteceu o pagode, pediu que o suspeito abaixasse a arma. Ele negou por três vezes as ordens dos militares, e apontando a pistola, acabou atingido com disparos de arma de fogo. O homem chegou a ser socorrido para a UPA Santa Terezinha, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos provocados pelos disparos e morreu na unidade de saúde.

Entenda

Instalados em um ponto do Morro da Vaca para uma operação de combate a crimes como homicídio e tráfico de drogas, os policiais militares receberam uma chamada na madrugada desta segunda-feira (21) para um bar na região onde estaria acontecendo um pagode – estima-se que cerca de 200 pessoas participavam do evento no momento da confusão. Logo que chegaram, policiais perceberam correria entre os frequentadores da festa, muitos gritos e pedidos de socorro. A situação parecia caótica e inexplicável até que um soldado percebeu que havia no interior do bar um homem armado com uma pistola em punho.

Quando percebeu a chegada da PM, o suspeito direcionou o cano da arma para os militares e se recusou a abaixá-lo. De acordo com o histórico da ocorrência, os policiais decidiram atirar contra o homem para pará-lo. Após ser atingido nos braços e nas pernas, o suspeito tentou escapar para um beco, mas acabou caindo. Uma viatura o socorreu para a UPA Santa Terezinha, mas ele morreu pouco depois de ser atendido na unidade de saúde. Não há confirmação de quantos tiros foram disparados contra ele.

À polícia, uma jovem de 22 anos contou que a confusão no bar começou depois que ela rejeitou uma “cantada” direcionada a ela pelo agente socioeducativo. Ela relatou que estava no balcão do bar esperando sua bebida quando o homem começou a assediá-la com comentários de cunho sexual. Insatisfeita, ela simplesmente o ignorou e deixou o balcão. O homem então teria se sentido extremamente ofendido e tornado-se violento. Após o episódio, contaram testemunhas, ele seguiu até seu carro onde pegou a pistola calibre .40 e retornou para o bar.

Amedrontada, a mulher deixou o pagode e foi se esconder na residência vizinha ao bar, onde uma amiga mora. Logo depois, ela relata ter escutado os disparos de arma de fogo. O dono do bar onde o pagode ocorria reforçou à polícia que o suspeito realmente ficou indignado depois do episódio de rejeição e iniciou uma série de brigas com alguns dos participantes da festa. Em dado momento, ele teria sacado a arma para ameaçar os que lá estavam.

Agente contratado

Uma carteira de trabalho encontrada no interior do carro do suspeito indicou à PM que ele atuava como agente socioeducativo contratado pelo Estado de Minas Gerais. Uma equipe da Delegacia de Homicídios, segundo consta no histórico da ocorrência, conseguiu contato com familiares do homem de 38 anos. De acordo com eles, o agente é usuário constante de drogas e tornava-se bastante violento após consumir as substâncias ilícitas. Ele tem registros por lesão corporal e vias de fato. A ocorrência seguiu para a Delegacia de Plantão 4 na regional Noroeste, e as armas dos policiais que dispararam contra o homem estão acauteladas.