Corpo bronzeado como sinônimo de beleza e saúde é quase um consenso para a maioria dos brasileiros. Por isso, são muitas as pessoas que hoje têm recorrido ao uso indiscriminado das câmaras de bronzeamento artificial para amorenar a pele. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) em Minas condena o método.
De acordo com o vice-presidente da entidade, o dermatologista Jackson Machado Pinto, a população pouco sabe ainda sobre as consequências danosas do bronzeamento artificial, que, além de provocar envelhecimento precoce, tem colaborado para o aumento no número de casos de câncer de pele " o de maior incidência hoje no país.
Estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam que, a cada ano, pelo menos 100 mil pessoas recebem o diagnóstico de câncer de pele no Brasil.
Conforme Machado, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Norte-Americana de Dermatologia já igualam os riscos do bronzeamento artificial ao do hábito de fumar quanto à potencialidade para o surgimento de câncer.
"É uma prática extremamente nociva à saúde da pele, que deveria na verdade ser proibida no país", disse Machado. O dermatologista coordena a campanha anual da SBD, em Minas, sobre a prevenção do câncer de pele.
Segundo ele, em 2005, pelo menos 8% dos pessoas examinadas em Belo Horizonte durante a campanha apresentam diagnóstico positivo da doença.
"No ano passado, por exemplo, atendemos cerca de 1.700 pessoas, cerca de 180 delas estavam com câncer de pele. É uma média que infelizmente tem crescido a cada ano", alertou.
Segundo o especialista, o principal problema das câmaras de bronzeamento artificial é que elas emitem raios ultravioletas que entram em contato profundo e cumulativo com a pele, contribuindo para o risco do câncer.
As máquinas geralmente moldadas em estruturas de acrílico transparente permite a passagem dos raios de luz ultravioleta por uma série de lâmpadas. Machado destacou que, por questão mercadológica, vários institutos de beleza insistem em alegar que o procedimento é seguro à saúde.
"A verdade é que, por mais que exista fiscalização e manutenção períodica das câmaras de bronzeamento artificial, não há nenhum nível seguro ou qualquer tipo de controle que vá diminuir o risco oferecido por essa prática à saúde das pessoas."
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