Uma reviravolta resultou na continuidade da prisão do engenheiro civil Luiz Gustavo Lopes Silva, de 27 anos. Após ser determinada liberdade mediante pagamento de fiança pelo crime de fraude processual, a Justiça expediu um mandado de prisão preventiva por suspeita de feminicídio, crime inafiançável. Com isso, o suspeito de matar Monique Ferreira da Costa, de 21 anos, continua detido.
A família de Monique recebeu com “alívio” a informação, segundo a advogada Tereza Grossi. “A família espera que ele permaneça preso durante todo esse processo [de condução do inquérito]. A família volta a respirar, com o sentimento de que a justiça será feita”, afirmou.
A vítima, que morava no bairro Industrial, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, foi encontrada morta com o corpo embalado em um plástico bolha na BR-040, após cinco dias desaparecida.
Conforme a advogada, está prevista uma nova perícia no apartamento onde Monique morava. Há possibilidade disso ocorrer ainda nesta terça-feira (28). O objetivo é encontrar mais vestígios que ajudem a solucionar o crime. Segundo ela, são vários os elementos que incriminam o engenheiro. “Há filmagens, o carro dele. Mas ainda não se sabe a motivação”, comentou.
Um dos motivos que embasaram o pedido de prisão preventiva do engenheiro por suspeita de feminicídio é o fato dele ter invadido o apartamento da mulher no sábado (25). Por esse motivo, ele foi detido, inicialmente pelo crime de fraude processual. “O imóvel está no nome dele, mas não tem nenhum pertence dele lá. Ele estava tentado tirar a cama, que já estava cortada e com indícios de sangue”, disse a advogada.
A reportagem questionou o advogado de Luiz Gustavo Lopes Silva sobre a expedição do mandado de prisão preventiva, mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto para que a defesa do engenheiro se posicione sobre o caso.
Relembre
Monique foi vista pela última vez após fazer um procedimento estético em uma clínica no bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte, no dia 12 de fevereiro. Desde os primeiros dias, parentes e amigos desconfiaram do envolvimento do engenheiro Luiz Gustavo no crime.
Uma câmera de segurança registrou o homem na clínica estética onde Monique realizou o procedimento. Eles teriam deixado o local juntos, segundo relatou uma prima da vítima que pediu para não ser identificada.
Motivação
Uma das linhas de investigação é a de que o crime tenha sido motivado por dinheiro. Luiz e Monique teriam se desentendido após ela negar a emprestar dinheiro a ele. Segundo a Polícia Civil, o homem devia a agiotas “A gente acha que a vítima não quer mais bancar essas despesas, ele não aceitou, ou talvez ele tenha subtraído mais dinheiro dela no dia 13 e ela não aceitou”, diz o delegado Alexandre Fonseca.
A defesa do engenheiro, no entanto, garante que o suspeito não tinha motivação para cometer o crime. "Luiz não sabe o que aconteceu com Monique. Além disso, não existe a questão do empréstimo de dinheiro. Monique não possuía condições financeiras para tanto, ao contrário, Luiz emprestava dinheiro para Monique, afirmou o advogado de defesa Thiago Vieira.