Com a previsão de ampliação de dez leitos pediátricos de unidade de terapia intensiva (UTI) até o final desta semana, o Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte, não tem mais capacidade física para ofertar novas vagas de internação em crianças contaminadas por Covid-19 ou outras doenças respiratórias e demais enfermidades. A informação é do diretor do Complexo Hospitalar de Urgência da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), Fabrício Giarola, em entrevista à reportagem de OTempo nesta segunda-feira (24).
“Nós ampliamos muito a capacidade assistencial. Preparamos para atender 6 mil pacientes no mês, contratamos mais de 100 profissionais, mas chegamos ao máximo da capacidade assistencial no que diz respeito à limitação física”, explicou Giarola. Conforme o gestor, a ampliação de atendimento não resulta em alívio da sobrecarga de trabalho no hospital, que é referência em pediatria para o Sistema Único de Saúde (SUS) nas regiões Metropolitana de Belo Horizonte e Central de Minas.
“Aumentamos em 70% a porta de entrada para emergências no João Paulo II e conseguimos atender a demanda que está ocorrendo. Mas profissionais estão adoecendo, também apresentam Covid e precisam se ausentar. Associado ao aumento de crianças gera uma fila de espera maior”, pondera. O diretor relatou que a unidade vivencia uma etapa da pandemia ainda desconhecida desde 2020, com mais crianças sendo contaminadas e evoluindo para casos graves.
Atualmente, metade dos pequenos internados em leitos de terapia intensiva do hospital estão com Covid após a infecção pela variante ômicron. “As crianças estão apresentando a doença com maior volume. No ano passado não tivemos uma pandemia que atacasse as crianças como agora”, sinalizou. Nos casos graves, as crianças têm apresentado dificuldades respiratórias e quadros de febre elevada. Já em contaminações leves, os sintomas mais comuns são tosse seca, coriza, febre e dor de garganta.
Com o esgotamento da capacidade do hospital, que já opera com 105% de ocupação, o gestor reforçou a importância da vacinação contra a Covid para crianças. “Acreditamos que a vacinação infantil é o que falta. Vai ser fundamental para resolver esse problema”, ressaltou.