Investigação

'Chegou debilitada e sem se lembrar de nada', diz familiar de vítima de estupro

Familiares relatam que a jovem diz não se lembrar dos fatos, mas contou que esteve em um local ermo e sujo

Por Raquel Penaforte
Publicado em 31 de julho de 2023 | 13:39
 
 
 
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Familiares da jovem, de 22 anos, vítima de um estrupro em Belo Horizonte, no último sábado (31 de julho), estão juntando as pontas do crime para tentar entender o que houve com a mulher e, principalmente, para cobrar das autoridades punição para os culpados.

“Minha irmã saiu para se divertir, encontrar amigos, mas voltou para casa em choque. Ela chegou em casa totalmente debilitada, suja, com a roupa toda imunda e falando que tinha passado por um problema, mas que não se lembrava direito dos fatos. Disse que tinha dormido em um local sujo e ermo. Ela estava em choque”, relatou uma das irmãs da vítima ao sair da Delegacia de Plantão Especializada em Atendimento à Mulher, Criança, Adolescente e Vítimas de Intolerâncias, no Barro Preto, região Centro-Sul da Capital.

No local, os parentes, emocionados e muito fragilizados com os últimos acontecimentos, deixaram mais imagens de câmeras de segurança que corroboram para a investigação policial em curso. Até o momento, um homem de 47 anos foi preso suspeito de ser o autor do estupro. Ele negou o ato e alegou que tentou prestar ajuda à jovem. “Ele fez isso para acabar com a vida dela”, afirmou um parente.

“Quando a encontrei, a levei para o hospital, onde ela foi submetida a exames, recebeu amparo social e psicológico, e foi constatado o estupro. Depois, fomos encaminhados a uma delegacia especializada, mas não recebemos atendimento de imediato, pois a delegada pediu que fossemos para casa, já que tudo que tínhamos de fazer de praxe, já tínhamos feito. Resolvi ir até a Polícia Militar, e aí a investigação começou”, completou. 

Segundo os familiares, eles próprios começaram a caça pelo suspeito, batendo de porta em porta, pedindo ajuda da comunidade, até chegarem a uma câmera de frente onde o ato foi consumado. “Trouxemos mais uma prova contundente do crime. Imagem que mostra que ele entrou com minha irmã nas costas e saiu sozinho, três horas depois. Printei a imagem, mandei para a polícia, que realizou um cerco e ele foi preso em flagrante”, disse.  

Além do suspeito, a família pede que o motorista do aplicativo também seja penalizado, já que na visão dela, além da falta de compaixão, a ação dele colocou a jovem em risco. “A negligência e o descaso dele precisam ser enquadrados como omissão de socorro e abandono de incapaz, ainda que minha irmã seja maior de idade, uma vez que ele aceitou a corrida, ele precisava ter dado à minha irmã o direito de ser socorrida, seja levando ao hospital ou chamando a Polícia Militar, mas ele só a jogou no relento, num local de extrema periculosidade, com usuário de drogas, deixando-a vulnerável”, completou. 

A jovem relatou à família que foi a um evento na companhia de um colega de trabalho, e, por lá, encontraram outras pessoas. “Esse amigo quem chamou o aplicativo para ela e compartilhou a corrida com meu irmão. Minha irmã não usa drogas, fez consumo de álcool, mas não descartamos a hipótese de que ela tenha sido drogada”, acusa.

Atualmente a jovem está com parentes recebendo conforto e acolhimento necessário. “Ela está tomando remédios, tentando esquecer o que acontece e seguir a vida”, finaliza.

A Polícia Civil de Minas Gerais segue com as investigações.

 

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