Com uma queda no movimento estimada em 80% em relação ao ano passado, o Mercado Central de Belo Horizonte teve, desde o início da pandemia de Covid-19, 30 lojas fechadas devido à crise gerada pelo avanço da doença.
Segundo o superintendente do Mercado Central, Luiz Carlos Braga, esses estabelecimentos que tiveram suas atividades encerradas são de diversos segmentos, inclusive os considerados "serviços essenciais", que estão com o funcionamento permitido.
“Lojas de diversos segmentos, como laticínios, produtos para feijoada, lojas de suplementos alimentares. Várias lojas podem funcionar, mas, com a queda brusca no movimento e no faturamento e todo esse clima de incerteza, muitos comerciantes não conseguiram dar continuidade ao negócio”, explica.
De acordo com Braga, a maioria das lojas fechadas é nova e aluga o espaço. “As lojas mais antigas e tradicionais ainda sobrevivem, pois os proprietários desses estabelecimentos, na maior parte, são donos do espaço e não pagam aluguel. O problemas são os lojistas que precisam alugar o espaço. Muitos não conseguem arcar com esse custo estando com o faturamento tão baixo”, comenta o superintendente.
Com o decreto vigente em Belo Horizonte, apenas serviços considerados essenciais podem funcionar. De acordo com Braga, o mercado antes da pandemia possuía 380 lojas, sendo que apenas 110 podem funcionar. Com os fechamentos, a preocupação aumenta ainda mais. “A situação é muito difícil e complicada. Nos preocupa muito porque está demorando a passar, e há essa incerteza de quando é que vai passar, de abrir agora e amanhã ter que fechar novamente. É tudo muito angustiante”, ressalta o superintendente.
Público reduzido
A queda no movimento é algo que também preocupa bastante Braga. Segundo ele, a média de visitas diárias ao Mercado Central antes da pandemia de Covid-19 era de 31 mil pessoas, e esse número reduziu para apenas 2.000, representando uma queda de 80%.
Para ele, um fator que interferiu diretamente nessa queda foi a redução drástica do turismo na capital devido à pandemia. “O mercado é muito turístico, nosso movimento diário sempre foi marcado por muitos turistas. Agora, na pandemia, não existe turismo, logo, automaticamente, já perdemos boa parte do nosso público diário. Fora os bares que estão todos fechados. O tira-gosto e o almoço no mercado são marcas registradas e grandes atrativos do público, que agora estamos sem”, completa.
Mesmo com todos os impactos, o superintende explica que o Mercado toma todas as medidas de segurança necessárias e colabora com as autoridades de saúde.
“Estávamos com oito portões abertos, agora estamos só com três. Para evitar aglomeração nos corredores, nós estamos fazendo controle de entrada, formando fila na porta e permitindo apenas 370 pessoas por vez. Usando máscara e álcool em gel”, garante Braga.