Pandemia

Coronavírus: detentos do Ceresp Gameleira em BH são diagnosticados com Covid-19

Ceresp Gameleira é uma das 30 unidades de MG usadas como “centros de triagem, uma forma de evitar que novos detentos contaminem aqueles que já cumprem pena

Por Lara Alves
Publicado em 04 de junho de 2020 | 11:28
 
 
 
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Dois homens que cumprem pena no Ceresp Gameleira, na região Oeste de Belo Horizonte, estão infectados com a Covid-19. A confirmação do diagnóstico foi feita pela Secretaria de Segurança e Justiça Pública (Sejusp) na manhã desta quinta-feira (4). Ambos estão separados dos outros detentos e, segundo a pasta, apresentam apenas sintomas leves da doença. Além deles, outros sete custodiados em Minas Gerais também estão infectados. 

O número de infectados pode dobrar na unidade prisional nas próximas horas, uma vez que outros dois internos estão com sintomas gripais e serão testados. O órgão estadual declarou que detentos e funcionários que estiveram em contato com os dois casos confirmados também serão submetidos a exames.

Os dois detentos diagnosticados pela Sejusp deram entrada no sistema prisional de Minas Gerais há menos de duas semanas. O Ceresp Gameleira é uma das unidades usadas pelo Estado para uma triagem de novos detentos, como maneira de garantir que os que ingressam no sistema não levem o coronavírus àqueles que cumprem pena há mais tempo.

À reportagem a Sejusp declarou que sete detentos sob custódia do sistema prisional estão com o coronavírus, sendo quatro deles no presídio de Corinto, um no de Curvelo e os dois que aguardam transferência no Ceresp Gameleira. De acordo com a pasta, todos são acompanhadas por equipes médicas e estão separados dos outros em alas desinfectadas. Os outros detentos e servidores dessas unidades usam máscaras. Há ainda dois detentos infectados que não estão mais encarceradas, mas são monitorados por tornozeleiras eletrônicas, eles estão em Uberlândia e Corinto.

O primeiro detento com coronavírus no sistema mineiro recebeu diagnóstico no começo de maio. Ele apresentou sintomas da infecção durante sua permanência no presídio de Botelhos, na região Sul do Estado.

Além dele, sabe-se também que um policial penal que atua no presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, também foi infectado. Em 24 de maio a reportagem questionou quantos servidores do sistema prisional precisaram ser afastados por confirmação ou suspeita de Covid-19, mas o Departamento Penitenciário declarou à época que não poderia informar o número por questões de segurança.

Risco nos presídios

Em março, a Sejusp decidiu suspender as visitações nos presídios de Minas Gerais e a entrega de kits. Não há data para que a medida seja revogada. De acordo com o órgão, a determinação serve para diminuir a circulação de pessoas. As audiências, agora, são feitas através de vídeochamada para evitar o deslocamento de presos para espaços onde eles poderiam se contaminar. O órgão declarou ainda que celas, pátios e áreas comuns são submetidos a higienização reforçada que acontece às terças-feiras.

Outra estratégia do Estado foi a criação de “portas de entrada”. Trinta unidades prisionais de Minas Gerais passaram por processos de esvaziamento para que começassem a funcionar como centros de triagem para novos detentos. O procedimento de segurança acontece da seguinte maneira: o detento recém-preso é transferido para um dos complexos prisionais de triagem, normalmente o mais próximo à região onde ele acabou detido; em seguida, ele permanece na unidade por cerca de 15 dias em esquema de quarentena, e apenas depois pode ser encaminhado à penitenciária onde realmente permanecerá pelo tempo determinado.

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