A Polícia Federal (PF) esteve na casa do ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais e advogado tributarista, Bady Elias Curi Neto, no Belvedere, na região Centro-Sul da capital.

Eles chegaram ao imóvel por volta das 6h da manhã desta quinta-feira (23) e deixaram a residência com pacotes, possivelmente com materiais apreendidos na casa do magistrado.

Ele é suspeito de receber propina de dois empresários, são eles: José Elias da Silva Júnior e Luciano José da Silva, ambos de uma empresa do ramo de alimentação situada em Ribeirão das Neves, na região metropolitana da capital.

Segundo investigações da Polícia Federal, a propina foi paga mediante um acordo feito entre o ex-juiz e a dupla de empresários para sucesso em uma ação judicial de R$ 2 milhões.

A investigação

Essa investigação começou em 2015, após denúncia que dava conta de que o ex-juiz estaria recebendo quantias altas e repassando esses valores dentro do Tribunal de Justiça, em favor dessa empresa de alimentos.

Também são cumpridos mandados no escritório do ex-juiz, no bairro São Pedro, também na região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Resposta dos envolvidos

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais declarou, por meio de nota, que não foi informado oficialmente do caso e que só vai se pronunciar quando isso ocorrer.  Também em nota, a assessoria de imprensa do escritório de advocacia Bady Curi esclareceu que "qualquer acusação de ilegalidade na conduta do advogado é caluniosa e deve ser rigorosamente investigada". "Quanto à investigação, à qual sequer tivemos acesso, mesmo comparecendo espontaneamente e prontamente à sede da Polícia Federal, de nada temos conhecimento", diz trecho do texto. O escritório declarou ainda que não representa o processo para a referida empresa e seus sócios desde o fim de 2015.  

Em resposta à reportagem, a PF disse que não irá se manifestar em relação ao tema em obediência a sigilo judicial. Os policiais federais deixaram o local sem falar com a imprensa.