Os sindicatos que representam os professores e as escolas particulares de Minas Gerais vão se reunir nesta terça-feira (12 de setembro), em Belo Horizonte, para dar continuidade às negociações relacionadas às condições de trabalho dos docentes. A expectativa é que as partes avancem em um acordo para dar fim à greve dos educadores, iniciada por tempo indeterminado na última terça-feira (5).

O encontro ocorrerá na sede do Sindicato de Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe). O sindicato espera que até quinta-feira (14 de setembro), as entidades “cheguem a um acordo que satisfaça os anseios de professores e dirigentes”.

Também nesta terça, às 14h, o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG) organizará uma manifestação na porta do Tribunal Regional do Trabalho, no bairro Funcionários, região Centro-Sul de Belo Horizonte. O objetivo é pedir "urgência na marcação de mediação da greve".

Em assembleia nesta segunda-feira (11), os professores decidiram manter a greve por tempo indeterminado. De acordo com o Sinpro-MG, mais de mil professores, de mais de 40 instituições de ensino, paralisaram as atividades e participaram da assembleia na última semana.

Ainda conforme o sindicato, mesmo que alguns colégios permaneçam abertos, com falta de professores, ao menos 20 mil alunos são afetados.

Motivação da greve

A paralisação é motivada pela insatisfação dos professores da rede particular com as propostas dos donos das escolas relacionadas aos direitos da categoria. Segundo o Sinpro, os empregadores apresentaram proposta de redução de adicional por tempo de serviço; alteração da isonomia salarial e implantação de férias exclusivamente entre os dias 26 de dezembro e 24 de janeiro (com recesso entre 25 e 31 de janeiro, o que, segundo o Sinpro, possibilitaria a convocação dos professores neste período).

Sinepe lamenta a greve

Em nota assinada pelo presidente do sindicato, Winder Almeida, o Sinepe "repudia veementemente" a greve, classificada como "indevida e inoportuna". O Sindicato também se opõe à paralisação das atividades dos professores, "que está causando interrupções no funcionamento regular de algumas instituições de ensino".

"Recebemos a informação de que hoje duas escolas estavam fechadas em Belo Horizonte na parte da manhã e que algumas escolas apresentaram a ausência de professores, mas que mantiveram suas atividades em respeito aos alunos e seus familiares", informou.

Veja a nota completa:

O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (SINEPE/MG)repudia veemente a decisão do SINPRO/MG quanto a declarar uma greve neste momento de forma indevida e inoportuna.

Nesta declaração, o SINEPE/MG expressa sua firme oposição à paralisação das atividades dos professores, que está causando interrupções no funcionamento regular de algumas instituições de ensino .

Recebemos a informação de que hoje duas escolas estavam fechadas em Belo Horizonte na parte da manhã e que algumas escolas apresentaram a ausência de professores, mas que mantiveram suas atividades em respeito aos alunos e seus familiares.

As Comissões de negociação do SINPRO/MG e do SINEPE/MG farão uma reunião amanhã dia 12/09/23 dando continuidade nas negociações que nunca foram interrompidas.

Continuamos como sempre estivemos abertos para negociação, inclusive no prazo estipulado pelo Desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/3a Região)Dr. César Pereira da Silva Machado Júnior.

O SINEPE/MG destaca a importância da educação para o desenvolvimento do país e argumenta que greves frequentes podem prejudicar o progresso educacional e o aprendizado dos alunos. Enfatizamos a necessidade de manter as escolas abertas e garantir a continuidade do ensino.

Professor Winder Almeida
Presidente do SinepeMG