A 29ª Vara Cível de Belo Horizonte condenou o colega de um jogador amador de futsal a pagar para ele uma indenização de R$ 140 mil por danos morais, materiais e estéticos.
O jogador, cujo nome e idade foram mantidos em sigilo, ficou tetraplégico após receber uma dura entrada do colega durante uma pelada disputada entre amigos numa quadra de grama sintética alugada, no bairro Calafate, região Oeste de Belo Horizonte, no dia 4 de janeiro de 2018.
"O jogador de futsal perdeu um pênalti ao chutar uma bola na trave em um jogo em uma quadra alugada. No rebote desse lance, ele deu uma entrada brusca no jogador do time rival causando uma fratura na coluna cervical, lesionando a medula, deixando-o tetraplégico", informou o Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
O rapaz foi socorrido no Hospital João XXIII ficando internado por 18 dias - cinco deles no CTI. Após a alta, ele teve que se hospitalizar mais 14 dias no Hospital Ipsemg para tratar uma infecção.
O próprio autor da entrada literalmente criminosa no rapaz também se machucou, fraturou o braço e desmaiou ao cair sobre o colega que acabou tetraplégico.
Agressor pôs culpa na estrutura
O agressor questionou o pedido de indenização e afirmou que no futebol o contato físico é esperado e colisões entre jogadores são comuns, sendo parte do jogo.
Segundo ele, a parede da quadra quase dentro do campo, a menos de 30 cm de distância foi o que teria causado a grave lesão no colega do time adversário.
No entanto, o juiz José Maurício Cantarino determinou que ele agiu com intenção de machucar e foi o único responsável por deixar o rapaz tetraplégico.
A condenação
Por isso, o magistrado determinou o pagamento de R$ 30 mil por danos morais, outros R$ 80 mil por danos materiais para cobrir os gastos do jovem com fisioterapia, compra de medicamentos, despesas de exames médicos e aquisição de equipamentos paramédicos.
Além disso, o juiz estipulou o pagamento de outros R$ 30 mil por danos estéticos por conta da "desfiguração corporal substancial". A decisão é de primeira instância e ainda cabe recurso.