Fórum Lafayette

Homem que matou a ex-sogra atropelada na porta da casa dela é julgado em BH

Crime ocorreu em outubro de 2020 e é analisado pelo Tribunal do Júri nesta segunda

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 08 de agosto de 2022 | 11:27
 
 
 
normal

Um homem de 44 anos é julgado, nesta segunda-feira (8), pelo Tribunal do Júri de Belo Horizonte, no Fórum Lafayette, acusado de matar a ex-sogra na porta da casa dela em outubro de 2020. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o homem pegou o carro dele, uma caminhonete Hilux SW4 e acelerou contra a ex-sogra e uma outra mulher com quem ela conversava por não concordar com o fim do relacionamento e pelo fato da mãe da ex-companheira não o informar sobre onde ela estava.

O crime ocorreu na rua Dialogita, no bairro Paraíso. Segundo a denúncia, a vítima, que era idosa, morreu no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII para onde foi socorrida depois de ser atropelada. Ela sofreu fratura na coxa direita, fratura em arcos costais bilateralmente, fratura do ramo superior púbis à esquerda, lesão da artéria subclávia esquerda, ferida perfuro contusa em pulmão esquerdo, áreas de contusão em pulmão direito, sufusões hemorrágicas em planos vascular aponeuróticos à esquerda, hemotórax à esquerda, entre outros ferimentos que levaram à morte. A outra mulher que conversava com a ex-sogra do acusado conseguiu pular e se desvencilhar do carro.

O MPMG sustenta que dois crimes, já que o homem foi acusado de tentativa de homicídio da outra vítima, foram praticados mediante recurso que dificultou a defesa das mulheres, que se encontravam conversando sobre a calçada, desprovidas de instrumental reativo, "quando foram surpreendidas pela ação inopinada do denunciado, que direcionou a acelerou seu veículo em direção a elas (imagens captadas por câmera)". Durante o processo, o homem disse que teve um relacionamento com a filha da vítima e que ela colocou um fim no relacionamento, o que não foi aceito por ele.

Mesmo após o fim, ele procurava pela ex-companheira, que sempre conseguia fugir dele por medo da agressividade e por ser possessivo. No dia do crime, ele estava "obstinado e decidido a encontrar a ex e, como a mãe dela não lhe informou o paradeiro da filha, o acusado decidiu ceifar a vida da ex-sogra, atropelando-a e matando-a. Conclui, assim, ser fútil a motivação do crime", diz a denúncia do Ministério Público.

No dia do crime, o suspeito disse à Polícia Militar que descobriu que a ex-companheira dele, filha da vítima, seria garota de programa e que a intenção dele era encontrar a mulher.

O julgamento

De acordo com a assessoria do Fórum Lafayette, oito testemunhas foram ouvidas pela juíza Fabiana Cardoso Gomes Ferreira. Entre elas a ex-namorada do acusado, que disse ter descoberto que a mãe foi atropelada por ele após receber o telefone de uma irmã, já que ela não estava no imóvel na hora. 

Durante o interrogatório, o homem disse que teve um relacionamento amoroso com a filha da vítima por dois anos e que toma medicamento controlado por ter crises de depressão. Disse que já havia agredido verbalmente a ex-namorada, mas nunca fisicamente. Ressaltou que, no dia do crime, não teve nenhuma discussão com ela, que se encontrou com a ex-sogra no portão da casa dela e perguntou educadamente onde estava a filha, já que teve crise de cíume por descobrir que a ex-mulher teve um novo caso com o ex-marido dela. Sobre o crime, disse que foi um acidente, já que errou uma manobra do carro ao colocar o pé no acelerador do carro automático.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!