Mesmo após o início do julgamento do ex-policial militar, suspeito de matar a tiros um homem na saída de uma boate no bairro Calafate, em fevereiro de 2015, a sessão precisou ser suspensa a pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Segundo o órgão, o DVD que continha as imagens do crime está com defeito e a gravação seria imprescindível para o processo. Um novo DVD será solicitado à Polícia Civil e encaminhado à Justiça. Assim, o julgamento fica marcado para acontecer em 23 de outubro. 

O policial encarou um júri popular na manhã desta segunda-feira (12) e, antes da suspensão da sessão, alegou que agiu em legítima defesa. Ele contou que estava na casa noturna quando um balde de bebidas foi derrubado e uma briga teve início. Diante do quadro, ele teria decidido intervir, por ser policial, e, assim, após ter sido agredido por envolvidos na confusão, disse ter reagido. 

O Ministério Público, em sua denúncia, contradisse a versão do ex-policial. Segundo o órgão, o homem matou Herick Paulino na saída da boate depois que a vítima teria acindentalmente derramado cerveja na mulher que acompanhava o militar. Os dois iniciaram uma briga e, após serem expulsos por seguranças da casa de shows, o policial teria surpreendido a vítima com vários tiros. 

Durante a sessão, emocionada, a mãe do rapaz assassinado disse que não consegue dormir direito desde que o filho foi morto. "Eu quero que a justiça seja feita. Tomo remédios para dormir e para tentar superar a perda do meu filho", desabafa. 

O acusado de cometer o crime foi indiciado em 2015 e está em liberdade. No julgamento, presidido por pelo juiz Ricardo Sávio de Oliveira, o ex-militar responde por homicídio doloso.