A Vale vai recolher animais domésticos e silvestres que ainda se encontram em áreas de risco, ou seja, nas zonas de autossalvamento (ZAS) e nas zonas de segurança secundária (ZSS) da barragem Sul Superior, localizada em Barão de Cocais, na região Central de Minas Gerais. A ação ocorre após o Ministério Público de Minas Gerais obter junto à Justiça mineira, nesta sexta-feira (17), liminar que determina o recolhimento dos animais.
A medida ocorre diante dos riscos de rompimento do talude norte de uma cava, na mina de Gongo Soco. Caso a estrutura continue a se movimentar, há risco iminente de rompimento da barragem previsto para ocorrer entre os dias 19 e 25 deste mês.
A ação do MPMG atende aos pedidos dos tutores dos animais. O interessado em ter o bicho de estimação recolhido pela mineradora deve acionar a empresa por meio do telefone 0800 031 0831.
Além de recolher, a mineradora está obrigada a localizar e cuidar dos animais deixados nas áreas de risco, depois da retirada das pessoas de suas casas nas comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, ocorrida em 8 de fevereiro. A decisão vem depois de pedido pedido de tutela provisória de urgência deferido pela Justiça, em 14 de fevereiro, no qual a mineradora está obrigada a executar plano de ação para proteção à fauna em Barão de Cocais.
O MPMG informou ainda que a empresa deve fornecer alimento, água e cuidados veterinários aos bichos que aguardam resgate.
Por meio de nota, a Vale confirmou o acordo e informou que já recolheu 3.272 animais das áreas de risco. Segundo a mineradora, os bichos estão em fazendas e haras alugados, clínicas veterinárias, granja e pet shops.
Relembre
A Defesa Civil alertou para uma movimentação do talude na cava da mina de Gongo Soco na última terça-feira (14). Desde então, o órgão tem monitorado a estrutura e alertou, na quarta (15), que a terra se movimentou, em 12 horas, de 4 para 5 milímetros no local. Por causa disso, o risco de rompimento da barragem aumentou.
As pessoas da ZAS foram evacuadas no dia 8 de fevereiro, após a sirene disparar por conta do risco de rompimento da barragem, que subiu de nível de classificação de risco para 2 - quando há risco de rompimento da estrutura.
Ao todo, 443 moradores deixaram seus lares e, desde então, têm ficado em hotéis, casas de parentes ou residências alugadas pela mineradora.
As sirenes voltaram a tocar no dia 22 de março, quando a barragem subiu do nível 2 para 3, classificação máxima, momento em que a barragem já está entrando em colapso.
A barragem
A barragem faz parte do complexo Mariana-Brucutu e está localizada a 100 km de Belo Horizonte, com acesso pela BR-381, no sentido Vitória. Tem altura de 83 metros e um reservatório com capacidade para 9.405.392 metros cúbicos.
Atualizada às 18h53