Em entrevista exclusiva à Rádio Super na tarde desta quarta-feira (25), o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), voltou a apelar para que a população fique em casa. "Vamos ter problemas, vamos, mas a história mostra que a economia se recupera, mas as pessoas que morreram continuam enterradas e não voltam mais", disse, citando a recuperação europeia e japonesa pós-Segunda Guerra Mundial.
"Essa gripezinha matou 1500 hoje em dois países da Europa", alertou Kalil, classificando como absurdo o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na noite de terça-feira (24). "Em vez de o Bolsonaro mandar todo mundo voltar, ele deveria apresentar um plano, o governo americano liberou US$ 2 trilhões, por exemplo. Aqui em BH vai continuar tudo fechado", reiterou.
Questionado sobre as farpas trocadas entre o prefeito e o governador Romeu Zema (Novo) na última semana por causa de medidas de enfrentamento à pandemia, Kalil afirmou que o conflito está superado e considera que o governador foi mal assessorado nas primeiras decisões. "Ele demorou na época para soltar o estado de calamidade, mas isso foi sepultado, ele foi mal assessorado, mas não quer dizer que ele não tem palavra", explicou.
BH
O prefeito voltou a citar algumas medidas tomadas pela administração municipal para colaborar com o momento de crise. Uma delas foi a de conceder uma cesta básica para crianças matriculadas na rede pública de ensino. Ele explicou que o direito ao benefício é por criança, não por família. "Se a casa tiver duas crianças, serão duas cestas".
Sobre as medidas econômicas, ele reiterou que comerciantes que foram obrigados a fechar as portas terão impostos adiados. Já em relação a medidas de recuperação futura, como o envio de projetos para a Câmara Municipal de BH no sentido de mudar a meta fiscal, Kalil considera cedo para tomar conclusões e definir ações.
O prefeito também citou as ações para aumentar a capacidade hospitalar na capital e oferecer leitos a todos os pacientes que precisarem. Hospitais como o Odilon Behrens, Célio de Castro e Hilton Rocha receberam alterações especiais voltadas para atender pessoas contaminadas pelo coronavírus.
"Estamos aumentando à medida do possível e hoje temos uma condição que toda a Itália não tem, que é a de manter 7000 pessoas em respiradores simultaneamente", afirma. Os novos leitos foram anunciados também nesta quarta, pelas redes sociais.