Eleitores de Belo Horizonte que foram votar na eleição dos conselheiros tutelares neste domingo (1° de outubro) passaram por um teste de paciência. Devido à instabilidade do sistema da Prodabel, utilizado para o pleito na capital, houve demora na votação. Alguns eleitores chegaram a ficar mais de três horas na fila.

No caso do servidor público Walter Loschi, de 45 anos, a espera não foi tão longa. Chegou às 9h da manhã e levou cerca de 30 minutos para registrar o voto na Regional Oeste. Porém, segundo ele, o  sistema de votação foi tumultuado e com margem até mesmo para fraude. Leia o relato na íntegra:

“Há poucas salas disponibilizadas para votação. No colégio Osvaldo Cruz, no Bairro Jardim América, onde  votei, havia duas salas. O procedimento é relativamente tumultuado. O primeiro mesário analisa o comprovante de endereço do eleitor. Se esse comprovante não está no nome do eleitor é acionado um procedimento extra para ver se o eleitor, de fato, pode votar. Após, ainda na fila, que normalmente é grande, encaminha-se para outro mesário que cadastra o eleitor, por CPF, em um sistema . Depois, outro mesário dirige o eleitor para um terminal de votação. Nesse terminal, o eleitor tem que digitar 3 números, relativos ao seu candidato. Não é disponibilizada nenhuma lista de quais são os candidatos que concorrem.

Após a votação, enfrenta-se outra fila, também grande, para o eleitor assinar uma lista de comparecimento. Um eleitor próximo a mim, diante do tamanho da fila, desistiu, e mesmo tendo votado, foi embora sem assinar a lista. Um mesário disse que o voto desse eleitor seria anulado por ele não ter assinado a lista. Questionei como eles saberiam qual era o voto dele e o mesário não respondeu. A lista é manuscrita e feita na hora, escrevendo o mesário o nome e CPF do eleitor.”

A lista com os nomes dos conselheiros tutelares eleitos em Belo Horizonte deve ser divulgada até o fim de semana no Diário Oficial do município.

(Com informações de Bruno Daniel)