Uma loja de departamento Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi condenada a indenizar em R$ 5.000 uma funcionária que foi vítima de gordofobia - preconceito contra pessoas gordas. A mulher contou que a gerente disse que ela receberia um uniforme de grávida, pois a roupa dela estava “estourando”.
De acordo com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) a mulher contou que ouviu a gerente dizer a um outro funcionário que a vítima “entalou” em um pneu e também chamou um outro funcionário para ajudar a vítima a puxar uma geladeira com a justificativa que ela poderia “entalar” se fizesse isso sozinha.
Uma testemunha confirmou a versão da ex-funcionária e disse que ouviu a gerente perguntando a funcionária se ela estava grávida e dizendo que ela não conseguiria passar em determinados lugares. “A testemunha informou ainda que outros colegas passaram a fazer o mesmo comentário sobre a profissional, que foi contratada na função de assistente de vendas sênior e, posteriormente, promovida a estoquista”, informou o TRT. A mulher contou que tem problemas de estômago que demandam a realização de cirurgia. A decisão foi dada pela 1ª Vara do Trabalho de Pedro Leopoldo.
A sentença destacou que esses comentários não podem ter, como pano de fundo, alguma condição fisiológica ou a aparência do trabalhador, ainda mais quando são protagonizados por pessoa que detém parte do poder diretivo da empresa por delegação, no caso, a gerente. “Essa conduta, além de inaceitável em qualquer contexto social e profissional, é capaz, por si só, de ferir a dignidade do trabalhador”, pontuou o juiz sentenciante.