Julgamento

Maníaca do Tinder que fez perfil falso e jogou óleo quente em jovem é condenada

Jaqueline Ornelas, que está em processo de transição de gênero, se passou por mulher em um aplicativo de relacionamento para atrair a vítima

Por Vitor Fórneas
Publicado em 26 de fevereiro de 2024 | 23:12
 
 
 
normal

Jaqueline Roberta Ornelas foi condenada a 13 anos e 4 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de tentativa de homicídio e coação. O julgamento foi realizado nesta segunda-feira (26 de fevereiro). Conforme a acusação, Jaqueline, que está em processo de transição de gênero, se passou por mulher em um aplicativo de relacionamento para atrair a vítima, à época com 23 anos, e tentou matá-la com óleo quente em um apartamento na região da Pampulha, em Belo Horizonte, em outubro de 2021 (relembre o caso abaixo).

“O juiz Thiago Grazziane Gandra estabeleceu que o regime inicial de cumprimento da pena será fechado, sem direito a recorrer da sentença em liberdade”, informou o Tribunal do Júri ao divulgar a sentença. Jaqueline, durante o andamento do processo, tentou coagir familiares da vítima.

A sentença foi recebida com alívio pela família do jovem vítima do crime. “Eu recebo com muita gratidão e felicidade. Estávamos confiantes, mas tínhamos receio, pois era 50% de chance para condenação e absolvição. As provas que colhemos foram suficientes para comprovar tudo que meu filho passou”, disse Renata Cristina, mãe da vítima. 

Agora, Renata espera que o condenado cumpra todo o período na cadeia. “Sabia que a justiça divina não iria falhar. Agradeço ao Ministério Público que fez a acusação. Espero que ele possa cumprir a pena em regime fechado, repense a vida, esqueça de nós e a Justiça seja cumprida”, desabafou.

Catfishing

Segundo a denúncia, Jaqueline praticou “Catfishing” (gato-peixe, em tradução direta do inglês para o português). O termo é usado para descrever a prática de criar um perfil falso ou fictício para enganar ou atrair outras pessoas. Nesta história, ela se passou por uma mulher inventada: Juliana Gonçalves Dias Peixoto.

No aplicativo de relacionamento, Jaqueline, passando-se pela mulher, e o jovem se conheceram. No dia do crime, ela convidou a vítima para ir à casa dela alegando ser um amigo de Juliana e disse que intermediaria o encontro com a mulher e a família dela.

A acusação alegou que, na casa, o jovem se negou a ter relação com Jaqueline, o que gerou revolta. Argumentou, ainda, que a denunciada causou “intenso sofrimento” ao jovem ao arremessar o óleo fervente contra a face e tórax dele.

Após o ataque, a suspeita também pichou o carro do jovem e o muro da residência dele. A acusação também afirmou que ela ligou para a mãe da vítima para fazer ameaças.

O jovem sobreviveu ao ataque, mas precisou ser hospitalizado no Hospital João XXIII. Jaqueline, que foi condenada, vai permanecer presa no estabelecimento onde se encontra, a Penitenciária Professor Jason Albergaria, em São Joaquim de Bicas.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!