A manifestação deste domingo, 15 de março, que começou às 10 horas, levou cerca de 24 mil manifestantes à praça da Liberdade, região centro-sul de Belo Horizonte, segundo estimativa da Polícia Militar. A maioria dos civis, que foram às ruas, são contra o governo federal e pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Os manifestantes fizeram um "apitaço" e "panelaço" durante o evento. A professora aposentada Maria Lúcia Oliver, de 70 anos, presente na manifestação, disse temer os rumos da política do país. "Se a gente deixar, o Brasil vai virar Venezuela", comentou.

Muitos manifestantes foram vestidos com a camisa da seleção brasileira, ou roupas nas cores da bandeira do Brasil, e a cara pintada de verde e amarelo. Empunhavam cartazes com os dizeres "Fora Dilma" e "Fora PT". Alguns participantes carregavam faixas favoráveis a intervenção militar. Um dos cartazes que pediam intervenção militar estava escrito em inglês, com os dizeres "military intervetion already please", que em tradução livre significa "intervenção militar já, por favor".

Militares do exército e seguranças profissionais trabalharam voluntariamente na manifestação.

Durante o protesto, as pessoas cantaram o hino nacional três vezes e um trio elétrico tocou a música "Que país é esse?" da banda Legião Urbana. Drones da polícia militar monitoraram e fizeram a segurança da manifestação.

Um tumulto começou depois de um empurra-empurra, no momento em que os organizadores do ato decidiam para onde iriam. Enquanto alguns manifestantes deitavam no chão, com o intuito de impedir trio elétrico de ir para a praça da Savassi, com o desejo que fossem para a praça Sete, o locutor no carro de som pedia para que abrissem espaço para a passagem do veículo.

Por volta das 13 horas, manifestantes foram para a praça da Savassi.

Os lojistas da região da praça da Liberdade e da Savassi fecharam os estabelecimentos por medo da confusão. Quem decidiu abrir as portas, comemorou o movimento. Na loja Los Ninos Paletas Mexicanas, o sócio Marllus Paiva disse que as vendas cresceram 40% em função dos protestos.

Izabel Maria de Garcia, de 72 anos, que participou do ato deste domingo (15), contra o governo da presidente Dilma Rousseff, portava uma faca na mochila. Durante o evento, ela mostrou a arma para as amigas. Segundo a senhora, ela pediu para que manifestantes passassem a mão na faca para que comprovassem que estava afiada. "Trouxe a faca porque disseram que ia ter petista infiltrado. Isso é vitamina para o PT. Não tenho medo deles", disse Izabel.

A Polícia Militar tentou fazer a apreensão da faca, mas a Izabel relutou. Depois de sair da manifestação, a polícia acompanhou a distância a senhora.

Os movimentos "Patriotas", "Vem pra rua" e " Frente da União Brasil", organizadores da manifestação desta manhã, que levou 24 mil pessoas para a praça da Liberdade, e caminhou depois em direção à Savassi, avalia que o número de pessoas que aderiram ao ato superou a expectativa.

Para a coordenadora do "Vem para rua" em Minas Gerais Carla Girodo, a manifestação em Belo Horizonte superou a expectativa. "Somos contra esse governo [da presidente Dilma Rousseff]. Exigimos transparência e uma gestão limpa", afirmou. De acordo com os líderes dos movimentos  "Patriotas", "Vem pra rua" e " Frente da União Brasil", outros atos estão sendo discutidos. Provavelmente serão realizados nos dias 28 de março e 1º de abril, como adiantaram.

Nesta tarde, cerca de 6 mil pessoas também manifestaram na praça Sete, no Centro de BH. O ato interrompeu o trânsito das avenidas Afonso Pena e Amazonas por cerca de duas horas, entre às 16h e às 18h. Durante o protesto, O TEMPO flagrou membros do Partido Militar Brasileiro (PMB) colhendo assinaturas para a criação da sigla. 

Também na praça Sete, manifestantes reeditaram o grito de ordem de militantes petistas, que nas eleições gritavam "quem não pula é tucano". As pessoas gritaram "quem não pula é petista" durante a manifestação. O movimento começou a se dispersar pouco antes do início da noite deste domingo, sendo o trânsito completamente liberado por volta das 18h, apesar de algumas últimas pessoas tentarem impedir a polícia de liberar as avenidas. 

Várias cidades brasileiras também tiveram atos contra o governo da presidente Dilma e contra a corrupção. No Rio de Janeiro, Recife, Salvador, São Luís e Brasília, os protestos começaram na manhã deste domingo. 

Panelaço

Já na noite desde domingo, durante pronunciamento feito pelo ministro da Justiça, vários bairros da capital mineira foram palco de mais um panelaço. O TEMPO recebeu relatos de buzinaços, panelaços e luzes sendo acendidas e apagadas como forma de protesto nos bairros Cidade Nova, Palmares, Prado, Gutierrez, Cruzeiro, Anchieta, Buritis e Castelo. 

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Atualizada às 20h37