“O risco hídrico está relacionado ao fato de uma barragem de rejeito seco estar localizada acima de uma adutora da Copasa. Se algum dia a estrutura se romper (devido à mineração), temos risco de desabastecimento na capital”. Pela proximidade, Sabará também seria afetada.
Outro problema comum será a poluição sonora para moradores dos bairros no entorno, em BH, afirma Andrés. Nova Lima ainda vai enfrentar aumento de fluxo de veículos pesados. De acordo com a vereadora Juliana Sales (Cidadania), os bairros mais afetados, inclusive pela maioria dos impactos ambientais, seriam Vale do Sereno e Vila da Serra.
A Prefeitura de Nova Lima ressaltou que cabe ao município “apenas atestar a conformidade da atividade de acordo com os parâmetros” de seu Plano Diretor. Já a Prefeitura de Sabará informou que ainda não recebeu nenhum pedido de autorização para intervenções nos limites da cidade.
Em vídeo publicado ontem nas redes sociais, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), não poupou críticas à aprovação do Copam. “Entramos com um processo na justiça federal para tentar barrar esta monstruosidade que estão querendo fazer com a Serra do Curral. Ela não pode ser destruída para atender interesses econômicos”.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), rebateu, afirmando que, em ano eleitoral, “cada um quer ser o salvador da pátria”. Zema lamentou o que considerou como “polemização” de assunto técnico.
Viaduto da Cowan
De acordo com o estudo de impacto ambiental apresentado em 2014 pela Tamisa, a AVG Mineração também integra o quadro. Os sócios, segundo dados da Receita Federal, são Guilherme Augusto Gonçalves Machado e Cristiano Pinto Caetano da Cruz. O advogado Guilherme Augusto representa a Cowan em mais de 20 processos – 14 deles ligados à queda do viaduto.
A reportagem entrou em contato com a Tamisa e com a construtora Cowan para que os sócios expliquem a relação entre as duas empresas, mas nenhuma das duas quis se manifestar. A reportagem também procurou a AVG Mineradora, que não se posicionou até o fechamento desta edição.
PBH pede suspensão da licença ambiental
Por seu lado, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que integra o Copam, repudiou ontem o que chamou de “difamações nas redes sociais” contra membros que votaram a favor do empreendimento. E ressaltou que os impactos serão menores do que os citados.